domingo, 23 de agosto de 2020

O MANDARIM MANDA OU NÃO MANDA?

 Por Wendell Setubal

EU tinha 16 anos. Março de 1968. A Polícia Militar reprimiu uma passeata que saiu do Calabouço até a Cinelândia, e um tiro matou Edson Luis de Lima Souto, um dos comensais do Calabouço, restaurante que servia refeições para estudantes carentes, entre o Museu de Arte Moderna (MAM) e o Aeroporto Santos Dumont, final do Aterro. Os estudantes reivindicavam melhorias no restaurante. A morte do secundarista trouxe para as ruas o Movimento Estudantil.

EU assistia à Discoteca do Chacrinha, um dos programas de maior audiência da Globo. Abelardo Barbosa, o Chacrinha, anunciou um concurso de redação para estudantes de segundo grau. No dia seguinte, me inscrevi e na data marcada encontrei uma menina da Ação Popular (AP), organização de esquerda que dirigia a UNE e a UBES.
ELA também se inscrevera e me mostrou um parágrafo que seria a chave de ouro da redação, algo do tipo “as balas não nos calarão”. Perguntei se o trecho serviria, pois o tema da redação seria passado minutos antes do início. Ela disse que, independentemente do tema, aquele trecho bombástico teria de fechar a redação.
O TEMA foi Projeto Rondon, ideia da Ditadura de levar futuros médicos para o interior, recebendo ajuda de custo, com casa, comida e passagens fornecidas pelo governo; um dos patrocinadores era a Globo. Diante disso, como tocar no assunto? Fiz o melhor que pude, criticando de leve, e sorri pensando na menina da AP.
SAÍMOS da sala fria, com o ar ligado no máximo, para um forno, o auditório, com Chacrinha fantasiado de noiva (!), o público (em geral, meninas de escolas convidadas) gritando e Jerry Adriani cantando. Quando começou a leitura, vi que não era o meu texto. Até Deus foi citado na redação vencedora; cumprimentei o vencedor e, ao sair, Chacrinha perguntava ao público: O mandarim manda ou não manda?
***
TENHO 69 anos em 2020: Bolsonaro manda ou não manda?
QUANDO faz as vezes de capitão do mato do grande capital, sim. Do contrário, nem sempre.
O MANDARIM MANDA - Bolsonaro condicionou o dinheiro dado a estados e municípios para enfrentar a pandemia ao congelamento do salário dos funcionários públicos federais, estaduais e municipais. O plano de Paulo Guedes é não abrir concurso público e, à medida que os servidores forem se aposentando, contratar terceirizados, com salários menores, precarizados, até extinguir a categoria. Além de economizar para manter o superávit primário, manda um sinal para a área privada: nada de aumento. Ao manter alta a taxa de lucro do capitalista, este faz vista grossa aos deslizes governamentais porventura existentes.
Só que Bolsonaro não esperava o veto do Senado, onde foi derrotado. Toda a mídia mostrou indignação com os senadores. Iria para o ralo a Responsabilidade Fiscal! Um crime contra o Brasil, afirmou Guedes. Rodrigo Maia juntou-se ao Centrão e a Câmara restabeleceu o congelamento dos salários, inclusive do pessoal da Saúde, “nossos heróis na batalha contra o vírus".
O MANDARIM NÃO MANDA - O medíocre ministro da Justiça, nem sequer guardei seu nome, atendendo ao presidente, pediu que fizessem um dossiê de antifascistas na administração pública e em universidades federais. Nunca foi crime ser antifascista, a não ser para bolsonaristas e olavistas. Para estes, ser antifascista é coisa de esquerdopata. Antifascistas, pensam os bolsonaristas, devem ler Lacan, aquele francês que escreve em código, que disse que a relação sexual não existe – pelamordedeus, que que é isso?, se angustiam os amigos do Bozo.
Não há, por ora, consenso na burguesia. Resultado: o STF proibiu o dossiê, mas dizem que a CIA possui uma cópia, dada por Eduardo Bolsonaro.
À GUISA DE CONCLUSÃO
HÁ dois anos, a esquerda brasileira sofreu uma derrota histórica: além da vitória da extrema-direita, saímos desmoralizados porque a promiscuidade do PT com as empreiteiras respingou em todos nós. Fake News, pautas conservadoras, como aborto, drogas, homofobia, tudo foi usado para desmoralizar a esquerda. Sem contar com o fogo amigo, a massa de ego de alguns, além do blá-blá-blá sobre O Empoderamento, O Lugar De Fala e outras pautas da pós-modernidade. Ou despautério.
CHACRINHA se comunicava com a massa. Bozo Mandarim se comunica com sua tribo. Por enquanto, nós, da esquerda, perguntamos uns aos outros, repetindo o poeta: Trouxeste a chave?



Wendell Setubal é revisor de textos e militante do PSOL São Gonçalo.


CIRCULAR #03 - DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL SÃO GONÇALO – FIQUE ATENTO AS DATAS!

Documentos necessários para registro de candidatura.

1 - DOCUMENTAÇÃO URGENTE: Solicitamos a todos os pré-candidatos o comparecimento na sede do partido (Rua Jaime Figueiredo, n 747, Patronato) nos dias 24 e 25 de agosto (das 10h às 17h), para a entrega de xerox de IDENTIDADE e CPF. Esses documentos são obrigatórios para o diretório municipal dar entrada junto ao fórum local na certidão de distribuição criminal. O diretório vai se responsabilizar da emissão desse documento para todos os candidatos.

OUTROS DOCUMENTOS QUE PODEM SER PROVIDENCIADOS DESDE JÁ.

a) Fotografia: 5×7, preto e branco, de frente, fundo branco. Esta foto é a que vai para a urna eletrônica, basta uma foto, pois ela vai ser scaneada. (obs: O partido marcará uma sessão de fotos com os candidatos para providenciar essa questão e informará a data em nova circular)

b) Comprovante de Escolaridade: Quem não tiver um certificado, deverá escrever uma declaração de próprio punho, dizendo até que série estudou.

c) Xerox simples do RG.

d) Xerox simples do CPF.

e) Número do Título de Eleitor, Zona Eleitoral e Seção

f) Xerox do comprovante de residência, no nome do candidato.

Qualquer problema ou dificuldade de retirar a documentação, entrar em contato com o Diretório Municipal. Contato: Ornelas (991671309) ou do PSOL (979844984, exclusivo para zap). Email: psolsaogoncalo50@gmail.com


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A quem interessa privatizar os Correios?



Marcelo Almeida


Por três anos seguidos os Correios têm apresentado lucro acima de milhões. O ano de 2017 foi de recordes para a estatal, que faturou nada mais nada mesmo que R$ 667 milhões, após um 2016 de incertezas devido ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em 2017 o lucro foi de R$ 161 milhões e, em 2019 R$ 102 milhões.

Apesar de ser uma empresa lucrativa, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes falam em privatização dos Correios. Como os números mostram isso não tem nada a ver com uma forma de melhorar os serviços postais, mas sim com atender a interesses de empresas em uma disputa econômica pelo monopólio das entregas das vendas feitas por lojas virtuais.

Uma das grandes empresas interessadas em comprar a nossa estatal é a Amazon, que foi investigada nos Estados Unidos por uso ilegal de dados de seus vendedores com o intuito de monopolizar o mercado. Este é seu objetivo aqui no Brasil, o monopólio que vai desde a venda até entrega dos produtos para prejudicar outras lojas.

O comércio virtual, desde o início da pandemia, teve um aumento de 400% em vendas online no Brasil segundo a ABComm. Este é o interesse das gigantes empresas estrangeiras em adquirir os Correios: ter o monopólio de entregas de compras online em todo território nacional. Com esse monopólio, a Amazon pode sufocar os pequenos empreendedores que fazem vendas pela internet e precisam fazer entregas pelos Correios.

Mas os Correios não fazem apenas entregas, mas demanda serviços essenciais de para a população. A empresa atua também em serviço de telefonia, banco postal, entregam vacinas, realizam o ENEM, serviços que não geram lucros e que são essenciais em cidades do interior do país onde os Correios são praticamente a única instituição federal existente.

Privatizar os Correios significa entregar uma empresa que atende todos os mais de cinco mil municípios.

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Marcelo Almeida, pré-candidato a vereador pelo PSOL São Gonçalo, é músico, historiador e jornalista. 

sábado, 22 de agosto de 2020

Reflexões sobre o trotsquismo - O amor mal correspondido!

Por Wendell Setubal

A VELHA questão do amor não correspondido. Comigo já aconteceu. Mesmo aquelas pessoas de rara beleza nem sempre se dão bem, a gente lembra logo de Marilyn Monroe e sua vida trágica.
MAS AQUI falamos de política e o amor não correspondido a que me refiro é que Ele (o trotsquismo) está a fim, mas Ela (a classe trabalhadora) não quer. Apesar da disposição dos militantes, nunca houve um grande movimento trotsquista de massa.
SE O trotsquismo não chegou a ser bem-sucedido, pior foi o que aconteceu com Trotsky, um dos líderes da Revolução Russa de 1917. Em 21 de agosto de 1940, há 80 anos, Ramón Mercader, a mando de Stálin, assassinou Trotsky no México.
MAS COMO? Mais de 100 mil mortos no Brasil e falo de Trotsky? Bolsonaro vai de 32 a 37% de aprovação e menciono algo que ocorreu há 80 anos? Não dá nem pra perguntar Onde você estava?, que virou moda depois do 11 de Setembro. Onde você estava em agosto de 1940? Não tinha nascido, seria a resposta de quase todos.
A REVOLUÇÃO que Trotsky liderou com Lênin foi a primeira tentativa de pôr fim ao capitalismo. A Rússia tinha 90% de sua população no campo, o que levava o Partido Menchevique, rival no campo de esquerda do Partido Bolchevique de Lênin e Trotsky, a afirmar que era preciso primeiro desenvolver o capitalismo, visando criar as precondições para a revolução socialista. Para eles, a revolução teria etapas. Os bolcheviques já haviam assimilado a teoria da Revolução Permanente de Trotsky, antietapista (exceto a direita do partido, de Stálin e Kamenev), e em agosto de 1917, ao assumir a direção do principal Conselho de Trabalhadores (Sovietes), o de Petrogrado, discutiram se partiam para a insurreição ou esperavam que algum país de capitalismo maduro chegasse à revolução. Engenhosamente, criaram a teoria do Elo mais Fraco do Capitalismo (a Rússia, óbvio) e derrubaram o governo.
ISSO acontecia ao mesmo tempo que a Rússia estava na Primeira Guerra Mundial, precisando de um acordo de paz, e internamente enfrentava uma Guerra Civil. O Exército Vermelho, comandado por Trotsky, combatia o Exército Branco, da burguesia, dos camponeses ricos, apoiados pelas potências europeias. Um contexto por si só complicado.
NA PRIMEIRA eleição depois da Revolução, os bolcheviques foram derrotados e não reconheceram o resultado. Menos Parlamento, mais Sovietes. Quando o Soviete de Kronstadt exigiu democracia, mais poder aos Sovietes, foi duramente reprimido por Lênin e Trotsky.
COM A morte de Lênin, Stálin, que conhecia o partido de cima a baixo, derrotou Trotsky, expulsou-o do partido, e depois, do país.
RAMÓN Mercader foi condenado e cumpriu sua pena no México; ao sair, foi acolhido por Fidel Castro e viveu em Cuba.
A DERRUBADA do Muro de Berlim foi o começo do fim da burocracia do Leste Europeu e a desagregação da União Soviética trouxe a restauração do capitalismo para uma Rússia dominada por máfias políticas.
SERÁ que a razão estava com os mencheviques?
O FIM da burocracia soviética deixou o capitalismo sem adversários fortes, a utopia virou distopia e trouxe renovada a extrema-direita.
BOLSONARO é um de seus subprodutos.
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O Trotsquismo no Brasil
O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em 1922, com influência anarquista, trazida pelos operários europeus, principalmente italianos, que imigraram para São Paulo.
Quando regularizou os contatos com o PC soviético, este já estava dominado pela burocracia stalinista. O PCB mandou um de seus militantes, Mário Pedrosa, para fazer um curso na União Soviética de formação política. Mário foi e ao passar pela Alemanha soube da expulsão de Trotsky.
Desistiu da Rússia, voltou ao Brasil, juntou-se a militantes insatisfeitos com o autoritarismo da direção, além de divergências com a linha política, para formar em 1929 a Liga Comunista. Durante 10 anos foi a primeira geração do trotsquismo brasileiro.
A segunda geração começa em 1939, centrada em São Paulo, dirigida por Hermínio Sacchetta, que trabalhava como revisor em jornais paulistanos.
A terceira geração é de 1951 e predominam intelectuais: Boris Fausto, Rui Fausto (recém-falecido), Florestan Fernandes, Moniz Bandeira (que mais tarde fundaria a organização Política Operária, também conhecida como Polop) e Pagu, que foi casada com Oswald de Andrade.
Com a ida para a Polop ou a desistência da militância, no início dos anos 1960 o trotsquismo no Brasil foi hegemonizado pelo Partido Operário Revolucionário (POR), influenciado pelo argentino J. Posadas, com trabalho intenso em Pernambuco, reprimidos pelo Golpe Militar-Civil em 1964.
Trotsky conclamara aos revolucionários que criassem a IV Internacional, pois a III, organizada por Lênin, estava dominada pelo stalinismo. A IV teve várias cisões, que se refletiram no Brasil.
Os anos 1970 marcam a ressurreição do trotsquismo no país, com três experiências que ajudaram a construir o PT e a CUT. No Chile, exilados brasileiros se aproximaram do trotsquismo através do crítico de Artes Plásticas Mário Pedrosa, aquele de 1929. Fizeram um curso de Formação Política na Argentina e se ligaram à corrente de Nahuel Moreno. O curioso é que Moreno pediu a um brasileiro que desse o curso. Este brasileiro, quando voltou ao país, já se afastara do morenismo.
Aqueles que já podiam voltar foram para São Paulo e criaram a Liga Operária. Que virou Convergência Socialista. Que virou o atual PSTU.
Trotsquistas paulistanos, alguns gaúchos, e militantes que estavam no exterior se aproximaram das posições do francês Lambert, crítico de Mandel, e formaram uma organização que ficou mais conhecida pela corrente estudantil que criou, Liberdade e Luta, Libelu. Um dos que integraram a Organização Socialista Internacionalista (OSI) foi Paulo Skromov, que deu o curso aos fundadores da Liga, a pedido de Moreno. Mais tarde, ele foi presidente do Sindicato dos Coureiros de São Paulo.
O terceiro grupo criado nos anos 1970 foi a Democracia Socialista (DS), com militantes estudantis da corrente Centelha, de Minas Gerais, e gaúchos que dissolveram o POC para entrar na DS. Um deles chegou a ser prefeito em Porto Alegre, Raul Pont, que ainda está no PT.
Embora não tivessem a inserção da Convergência e da Libelu, a DS dirigia um jornal de esquerda, “Em Tempo”, com boa aceitação na classe média.
Em 2017, uma pesquisa mostrou que 30 organizações se reivindicavam trotsquistas no Brasil. Algumas estão no PT, outras no PSOL; há grupos que não participam do processo eleitoral. O PSTU participa.
Parte do trotsquismo brasileiro enfatiza a luta contra as opressões: movimento feminista, movimento antirracial, movimento contra a LGBTfobia etc.
Em comum, a Fé na Revolução e na classe operária. Esperando o seu Outubro.
*
Esclarecimento: trata-se de um resumo. Faltam tempo e competência ao autor para esboçar uma história do trotsquismo no Brasil. (WS)
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Foto: Leon Trotsky, fundador do Exército Vermelho e da IV Internacional

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

CIRCULAR DO DIRETÓRIO MUNICIPAL DO PSOL SÃO GONÇALO 02 – Documentos necessários para registro de candidatura

Conforme avisado em atividade, a sede do PSOL (Rua Jaime Figueiredo, n 747, Patronato) estará funcionando de terça à quintas, das 10h às 17h.

DOCUMENTOS QUE PODEM SER PROVIDENCIADOS DESDE JÁ.

I – Para registrar a candidatura, o(a) candidato(a) deverá apresentar as seguintes certidões:

a) Certidão de Distribuição Criminal: esta certidão deve ser pedida no fórum da região onde o(a) candidato(a) reside. Deve ir ao fórum, procurar o cartório distribuidor e pedir a certidão de distribuição criminal “para fins eleitorais”.

Quando retirar a certidão e nesta certidão constar algum processo, o(a) candidato(a) deverá procurar, no fórum, o lugar onde está esse processo e pedir uma “Certidão de Objeto e Pé” esta certidão é obrigatória para inscrever a candidatura.

b) Certidão de Execução Criminal: deve ser feito da mesma forma da certidão anterior. No mesmo fórum, o(a) candidato(a) deve pedir também, a certidão de Execução Criminal “para fins eleitorais”.

c) Certidão de Distribuição da Justiça Federal: pode ser tirada pela internet pelo site: http://procweb.jfrj.jus.br/certidao/, aqui deve-se solicitar certidão para fins eleitorais.

d) Fotografia: 5×7, preto e branco, de frente, fundo branco. Esta foto é a que vai para a urna eletrônica, basta uma foto, pois ela vai ser scaneada. (obs: O partido marcará uma sessão de fotos com os candidatos para providenciar essa questão)

e) Comprovante de Escolaridade: Quem não tiver um certificado, deverá escrever uma declaração de próprio punho, dizendo até que série estudou.

f) Xerox simples do RG. 

g) Xerox simples do CPF. 

h) Número do Título de Eleitor, Zona Eleitoral e Seção

i) Xerox do comprovante de residência, no nome do candidato.

j) Comprovante de afastamento do órgão público onde trabalha (somente para funcionários públicos que trabalham no mesmo município onde serão candidatos).

As certidões emitidas pela justiça eleitoral não precisam ser apresentadas, mas é importante pedir, para ver se não aparece nenhum problema inesperado, por isso deve-se entrar na internet no site http://www.tse.jus.br/eleitor/certidoes e as seguintes certidões:

Certidão de quitação eleitoral; (http://www.tse.jus.br/eleitor/certidoes/certidao-de-quitacao-eleitoral)

Certidão de crimes eleitorais. (http://www.tse.jus.br/eleitor/certidoes/certidao-de-crimes-eleitorais)

Qualquer problema ou dificuldade de retirar a documentação, entrar em contato com o Diretório Municipal. Contato: Ornelas (991671309) ou do PSOL (979844984, exclusivo para zap).

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

ENTENDENDO A LEGISLAÇÃO ELEITORAL COM A DRA. GABRIELA ROHEM

 No próximo sábado (15/08), estaremos realizando uma importante atividade para ajudar no entendimento dos nossos pré-candidatos e militantes do PSOL São Gonçalo, sobre as questões que envolvem a legislação eleitoral.

Quem vai apresentar a atividade é a Dra. Gabriela Rohem, que é advogada do PSOL.
Participar é fácil. Salve o número do PSOL São Gonçalo no seu celular - (21)97984-4984, em sequencia mande uma mensagem, demonstrando seu interesse em participar.
Baixe o aplicativo "Jitsi Meet" no seu celular ou computador. 30 minutos antes do curso iremos disponibilizar o link de acesso.

sábado, 8 de agosto de 2020

Sobre Declaração do Presidente diante de quase 100.000 brasileiros mortos pela COVID-19

Por Aloma Dias

O presidente disse: “a gente lamenta todas as mortes, mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se SAFAR desse problema”. De acordo com o dicionário, SAFAR significa escapar de determinada pessoa ou de uma situação, fugir sorrateiramente.

Quando elegemos uma pessoa para o cargo de Presidente da República, estamos elegendo um gestor que fará a GESTÃO DO PAÍS e isso inclui absorver e resolver os problemas que vão surgindo.

Os países que se saíram bem e mantém a pandemia controlada, mantiveram um protocolo nacional. Fizeram um fechamento mais intenso e curto acompanhado de suporte financeiro rápido a trabalhadores e empresas, protegeram os empregos, estimularam o trabalho home-office até o final de 2020 para todo o segmento que fosse possível e fizeram testagem com rastreamento, fator determinante para conter o avanço.

No Brasil, não tivemos uma estratégia nacional, mesmo dispondo de profissionais de excelência, centros de referência e a maior assistência de saúde pública para uma população acima de 100 milhões que é também referência mundial, mesmo com todos os problemas e falta de investimento.

O Presidente se absteve de sua responsabilidade de montar um conselho de notáveis e propor um projeto de controle da pandemia no país. Por que um presidente deixaria de usar os recursos que possui para salvar sua população? No nosso caso, em primeiro lugar, porque é um negacionista diante da ciência. Portanto, jamais teria competência para tomar as rédeas da situação. Em segundo lugar, porque é covarde. Não tem preocupação com quem vive ou morre, se morreu pouco ou muito. No entanto, isso não é surpresa para quem conhece o passado do capitão expulso do exército, sua ligação com milícias e também sua execrável passagem pela câmara de deputados.

Tivemos um espaço de tempo de 02 meses antes do primeiro caso para preparar-nos e fazer um planejamento a nível de país. Testemunhamos a China se infectar e controlar a pandemia antes do agravamento no Brasil. Vimos um bom exemplo na prática para fazer igual. Hoje, a doença se concentra na classe trabalhadora. Estes que nunca deixaram de trabalhar. Estes que nunca saíram da rua.

Com quase 100.000 (cem mil) brasileiros mortos, CURIOSAMENTE continuamos sem ministro da saúde e com o mesmo presidente da república que desde o início se mantém dificultando as decisões do congresso, boicotando as melhores soluções, usando fundo da pandemia para comprar deputados, contrariando as recomendações da ciência, estimulando a população a fazer o mesmo, impossibilitando o engajamento do país no enfretamento da doença e que já acumula mais de 50 pedidos de impeachment. Ou seja, temos um presidente GENOCIDA que tinha todos os recursos para evitar todas essas mortes. Todos estão se acostumando com este número de óbitos que continua a crescer e que até termos uma vacina, o próximo pode ser você.

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Aloma Dias é militante do PSOL São Gonçalo, formada em Comércio Exterior e atualmente é Estudante de Engenharia de Produção. 

terça-feira, 4 de agosto de 2020

CARTA AO PSOL SÃO GONÇALO – “Colocando os pingos nos is”

Reproduziremos abaixo a carta “Colocando os pingos nos is” escrita pelo Prof. Josemar como um documento de orientação política ao Diretório Municipal do PSOL de São Gonçalo realizado no dia último 31 de julho. O respeitado companheiro disserta sobre as bases politicas, programáticas e conjunturais que se desenvolverão as eleições deste ano. Vários pontos importantes foram defendidos, entre eles, o apoio a Isaac Ricalde (PCdoB) a Prefeitura de São Gonçalo, como parte da construção da sonhada unidade da esquerda; a companheira Ana Cardinal para vice. Também apresentou, em nome da unidade da possibilidade de vir candidato a Vereador pelo partido. Fato que foi amplamente aceito e aprovada no diretório em questão.

Este documento foi bastante difundido nas redes sociais e na sociedade. A sua qualidade foi bem elogiada, bem multiplicidade de aspectos apresentados. O gesto do Prof. Josemar foi uma grande nobreza, pois viabilizou a unidade da esquerda.

Vale a leitura! Reproduzimos abaixo para o registro público e de memória do processo publico que estamos vivendo.

CARTA AO PSOL SÃO GONÇALO
– “Colocando os pingos nos is”

Sempre fomos firmes na luta ...
Hoje tem reunião do Diretório Municipal do PSOL São Gonçalo, a quem endereço esta carta, na qualidade de militante, membro do Diretório Nacional e, principalmente como gonçalense que sou. Tenho algumas reflexões a apresentar ao debate político a ser realizado pelo PSOL sobre os rumos da nossa cidade, bem como a nossa atuação nas eleições. É um compromisso ético e de responsabilidade com o processo em curso que quero dialogar uma tática com todos os amigos, apoiadores, ativistas, militantes dos movimentos sociais, que acreditam e lutam por uma outra São Gonçalo.
Sempre disse que “São Gonçalo precisa de uma revolução”, onde os direitos básicos a saúde, moradia, educação e transporte sejam garantidos. Onde o trabalhador tenha vez e voz com a eleição. Onde a gestão possa ser democratizada e a corrupção seja extirpada. Não há transformação revolucionária, sem ruptura com o método burguês da velha política e dos agentes/atores que se apropriam do bem público.
Foi com essa indignação que comecei a atuar no movimento estudantil secundarista em 1991 aos 15 anos de idade. “De lá para cá”, me tornei um defensor das causas populares e coletivas. Como estudante da UERJ e da UFF lutei contra a privatização da universidade. Como professor junto aos meus colegas participei das lutas em defesa da escola pública e por melhores condições de trabalho. Atuei várias vezes na defesa de um transporte público de qualidade. Ao lado dos trabalhadores do transporte alternativo ganhamos Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) quebrando o monopólio dos empresários de ônibus. Na defesa dos rodoviários na luta contra a dupla função, tivemos a honra de entrar na justiça para defende-los. Também estive ao lado de comunidades por moradia, de Agentes Comunitários de Saúde por sua regulamentação, entre outros guerreiros. Isto tudo só para citar algumas das diversas lutas que participei na cidade. Recentemente, há quase quatro anos especificamente, fruto deste espirito coletivo, venho construindo a Rede Emancipa de Educação Popular, um projeto sério onde desenvolvemos um trabalho de pré-vestibular gratuito junto a jovens da periferia. Acredito nos movimentos sociais, no programa socialista, e tenho firmeza ideológica para enfrentar aqueles que aqui em São Gonçalo, “engordam” os seus bolsos com o dinheiro público. É preciso coragem para enfrentar o Consórcio São Gonçalo de Transportes e desmandos existentes na nossa cidade. Tudo isto também me levou a ajudar fundar o PSOL. Partido que construo nos últimos 16 anos.
Não chegaria até aqui, se não fosse ousado. Se não falasse a verdade doa a quem doer. Se não tivesse nestes anos de luta apresentado um projeto alternativo. Se não tivesse em 2008 me lançado pela primeira vez a Prefeito numa campanha simples e com poucos recursos, mas firme e muito propositiva. É com esse histórico de fundador do PSOL e de um militante obstinado que quer mudar São Gonçalo e o Brasil que vou desenvolver algumas reflexões a serem desenvolvidos por este diretório.
Que ponto estamos ...
Vivemos um momento diferenciando mundial, a pandemia trouxe novos comportamentos e hábitos para vida social brasileira. O país paralisado colocou nas pessoas novas formas de pensar e agir. As ações de Bolsonaro ajudam a esquentar o caldo do ódio, da intolerância e da irracionalidade. Para salvar o Brasil, é preciso derrubar Bolsonaro.
É importante compreender isto. Quem não entende o papel autoritário de Bolsonaro ou não se posiciona frente aos seus desmandos. De três, uma. Ou o apoia. Ou é desinformado no campo político. Ou falando o papo bem reto, é oportunista. Quem é candidato num partido de esquerda e não se posiciona frente a Bolsonaro é mais grave ainda. O PSOL não pode caminhar ao lado de gente assim. São figuras “piratas”, sem bandeiras, não tem firmeza ideológica ou política. Hoje pode estar num partido de esquerda, amanhã num de direita. Troca de partido como troca de camisa. O PSOL tem que estar na linha de frente da luta contra o bolsonarismo e seus representantes. Nosso partido tem acertado em tentar buscar construir um caminho junto aos oprimidos, aos trabalhadores e a juventude. O PSOL São Gonçalo tem um sido um polo dinâmico de luta contra o bolsonarismo na cidade. O apoio da militância psolista ao Fórum de Desenvolvimento Sustentável e Resistência Democrática de São Gonçalo foi um passo importante na unificação dos movimentos sociais na nossa cidade.
A luta racial negra também é outro aspecto importante na conjuntura mundial e brasileira. A morte de George Floyd o que seria um fato aparentemente comum num país racista como é os Estados Unidos, ganhou repercussão e provocou uma onda de protestos. O estrangulamento por 9 minutos, sendo filmado por vários, chocou o mundo. Floyd ecoou ali um “grito por vida” que virou um “grito de guerra” na luta contra o genocídio do povo negro: “não consigo respirar”. O movimento Black Lives Matter (tradução: Vidas negras importam) foram os principais organizadores de uma onda de protesto que espalharam pelo mundo. No Brasil, São Gonçalo foi local onde esta questão esteve bastante visível com assassinato do jovem João Pedro. É preciso denunciar do racismo e o genocídio do povo negro. Ampliar este debate é fundamental.
Não podemos esquecer também o cenário politico especifico da nossa cidade onde temos o Dr. José Luiz Nanci concorrendo ao premio de pior prefeito da história de São Gonçalo. A incompetência, o nepotismo e a falta de projeto político foram a marca do seu governo, como escrevemos num artigo de janeiro de 2018 para o nosso blog. É um governo recheado de medidas contra os trabalhadores. Vide a ultima medida, há uma semana, na qual o Executivo municipal tentou aumentar as alíquotas de 11% para 14% dos servidores municipais. Esse governo é uma vergonha! Infelizmente falta uma oposição mais firme na Câmara de Vereadores.
Precisamos falar a verdade para a população. Devemos afirmar que quem governou com Nanci, sendo Vice-Prefeito, Secretário, apoiador ou Vereador da base, não tem condições de se colocar como renovação, muito menos falar de mudança.
A direita tradicional, a velha politica e o bolsonarismo estão divididos. Devemos olhar a dinâmica deles e como desenvolvem. Devemos construir um polo dinâmico e critico a mesmice e falta de perspectiva. Como um partido de esquerda que somos temos o objetivo de criar um polo dinâmico com independência de classe e com posições firmes de esquerda. Apresentando um programa para a nossa cidade que perpasse as eleições e se construa no dia a dia.
Na próxima parte deste, quero fazer um balanço do porquê a esquerda não atua unificada neste momento também importante na politico da cidade.
“e” & “i” são vogais... Mas são diferentes!
A vitória de Bolsonaro em 2018 foi um retrocesso e abriu um novo período nefasto para sociedade. O governo da extrema direita trouxe a tona sentimentos ruins e irracionais que viviam no submundo da sociedade brasileira.
Desde o inicio do o governo Bolsonaro, o PSOL se colocou na linha de frente da oposição. Com altivez, com ousadia, o pequeno partido não se acovardou frente ao perigo fascista posto no governo central. Nós do PSOL, com todas as dificuldades e diferenças que temos com outros partidos de esquerda, nos esforçamos para a unidade. Sabemos do nosso tamanho e da nossa responsabilidade, bem como respeitamos a importância dos demais.
No pleito de 2018, fui o candidato mais votado da esquerda da cidade, com 19 mil votos. Nós do PSOL lançamos Guilherme Boulos, mesmo com as criticas aos 13 anos de governos petistas, não hesitamos em apoiar Haddad no 2º turno frente ao perigo eminente do governo fascista de Bolsonaro. Responsabilidade e coerência que nos moveu naquele momento. Tivemos um gesto de grandeza, que esperávamos que os outros também tivessem.
Somamos juntos com os estudantes em maio de 2019, estivemos nas mobilizações que impediram o corte de verbas das universidades. Lutamos contra a reforma da previdência que retirou direito do povo pobre e trabalhador. Fomos firmes, não aceitamos vacilação!
Aqui em São Gonçalo, O PSOL São Gonçalo, em agosto do ano passado, apresentou a Nota política “Unir para Avançar” onde fez um chamado a unidade da esquerda contra o bolsonarismo, seja nas ruas, nos movimentos sociais, nas redes sociais e também nas eleições. Infelizmente, só o PSOL e o PCdoB, se colocaram de maneira honesta e aberta para construção de uma perspectiva unificada. Compreendemos que unificados poderíamos chegar ao segundo turno e encarar os candidatos da velha política na cidade. Pensamos grande!
Lamento que tenha tido partido de esquerda, que procurou apoiador de Bolsonaro para ser candidato a Prefeito, impedindo assim a unidade. Terão que responder aos eleitores críticos esse grave desvio político-ideológico, e responderão junto à população como “sócios-menor” do desastroso governo municipal que em breve se encerra.
Desafios do PSOL: o “i” da questão
O PSOL esteve na linha de frente do combate ao Bolsonarismo em São Gonçalo. Ficamos triste com a divisão da esquerda para o pleito a se realizar em novembro. Por outro lado, conseguimos avançar numa solida unidade com o PCdoB. Algo que não podemos desprezar.
Existe um aumento da critica a Bolsonaro. Não podemos ignorar este fato. As eleições deste ano serão nacionalizadas e ganharão características plebiscitárias em relação ao governo central, é preciso unificar as pautas locais com os eixos nacionais. A defesa dos direitos, dos serviços públicos são pontos de partida para um bom debate.
A construção de um programa que atenda as necessidades do povo pobre e trabalhador é fundamental para a construção de uma mudança radical da nossa cidade. Devemos apresentar uma proposta de valorização dos servidores públicos e de regularização dos Agentes Comunitários de Saúde. Precisamos investir nos profissionais das diversas áreas. Valorizar profissionais de educação, garantindo gestão democrática das escolas, condições de trabalho e descongelamento do plano de cargos e salários é um importante ponto de partida. Devemos investir em ciclovias e ruas de caminhadas como parte do bem estar da população. Precisamos rever as linhas de ônibus da cidade que não levam em consideração a expansão urbana da cidade. Creio que seja fundamental a regularização do transporte alternativo para diversificar os modais da mobilidade urbana da cidade. Precisamos aumentar e fazer os equipamentos da saúde e de assistência social funcionarem na nossa cidade que tem altos índices de desigualdades. É necessário ampliar as áreas verdes, garantir os direitos humanos básicos a vida e combater a intolerância religiosa.
Estamos num momento de definições e não podemos falhar. É preciso reafirmar o PSOL como força independente e apostar numa frente política com o PCdoB local e com os movimentos sociais. Não podemos deixar de construir este caminho. Na plenária do último dia 31 de maio já havíamos aprovado a aliança, cabendo apenas a definição do nome.
Sempre coloquei meu nome a serviço do partido para disputas que foram necessárias. Tive a honra de ter sido candidato a prefeito por três vezes, defendendo com firmeza o programa e a política do partido. Como candidato a Deputado Estadual fui primeiro suplente e fiquei a 706 votos de ser eleito. Temos muito o que construir, e não podemos errar. Estamos numa quadra histórica onde acumular forças é fundamental. Aqui em São Gonçalo, existe uma esquerda dispersa e vacilante como já abordamos.
Podemos construir uma bancada de parlamentares socialistas que serão ponta de lança para a luta dos trabalhadores, das comunidades e da juventude.
Posso contribuir sendo o “cabeça de chapa” do processo. Posso contribuir para a construção de uma bancada do PSOL. Para isso creio ser fundamental, o PSOL São Gonçalo abrir mão da possibilidade de encabeçar a frente com meu nome e garantir ao companheiro Isaac Ricalde (PCdoB) seja o nosso candidato a Prefeito, numa construção politica e programática definida nos parâmetros acima. Para isso também acho importante que o PSOL indique a Vice. Creio que a companheira Ana Cardinal, professora e coordenadora do Emancipa possa assumir a bem a tarefa. A companheira tem um importante trabalho de educação popular e vem se destacando conosco no Programa “Diálogos São Gonçalo”, uma live de entrevistas que estamos debatemos a cidade todas as quintas as 18h30 na minha página.
A construção de uma bancada do PSOL neste cenário politico é fundamental. Hoje a Câmara de Vereadores é um espaço “oco” com pouco debate qualificado. É um parlamento submisso ao Executivo e que se vende por migalhas. Ter uma bancada será um suporte para os movimentos sociais em suas lutas. Será importante para levantar a bandeira do pensamento crítico, em tempos nebulosos de obscurantismo como os que estamos vivendo. É preciso nos fortalecer.
É preciso dar esperança a política no Brasil e a São Gonçalo em particular. Chega de ter figuras da velha politica representando a nossa cidade. Somos a 16 cidade mais populosa do Brasil e segunda do Estado. Somos gigantes. Renovar a política aqui é reanimar os sonhos coletivos de uma sociedade justa e igualitária.
Na política como na vida, as vezes para darmos passos adiante é preciso dar um passo atrás. Estamos fortalecendo o partido e apostando no que é melhor para cidade. Seguiremos a nossa construção coletiva que tem como eixo a luta contra o Bolsonarismo; a velha politica e aqueles que governaram com Nanci.
Vamos juntos ... é preciso avançar na luta!
São Gonçalo precisa de uma revolução!
São Gonçalo, 31 de julho de 2020.
Prof. Josemar Carvalho