sábado, 8 de agosto de 2020

Sobre Declaração do Presidente diante de quase 100.000 brasileiros mortos pela COVID-19

Por Aloma Dias

O presidente disse: “a gente lamenta todas as mortes, mas vamos tocar a vida e buscar uma maneira de se SAFAR desse problema”. De acordo com o dicionário, SAFAR significa escapar de determinada pessoa ou de uma situação, fugir sorrateiramente.

Quando elegemos uma pessoa para o cargo de Presidente da República, estamos elegendo um gestor que fará a GESTÃO DO PAÍS e isso inclui absorver e resolver os problemas que vão surgindo.

Os países que se saíram bem e mantém a pandemia controlada, mantiveram um protocolo nacional. Fizeram um fechamento mais intenso e curto acompanhado de suporte financeiro rápido a trabalhadores e empresas, protegeram os empregos, estimularam o trabalho home-office até o final de 2020 para todo o segmento que fosse possível e fizeram testagem com rastreamento, fator determinante para conter o avanço.

No Brasil, não tivemos uma estratégia nacional, mesmo dispondo de profissionais de excelência, centros de referência e a maior assistência de saúde pública para uma população acima de 100 milhões que é também referência mundial, mesmo com todos os problemas e falta de investimento.

O Presidente se absteve de sua responsabilidade de montar um conselho de notáveis e propor um projeto de controle da pandemia no país. Por que um presidente deixaria de usar os recursos que possui para salvar sua população? No nosso caso, em primeiro lugar, porque é um negacionista diante da ciência. Portanto, jamais teria competência para tomar as rédeas da situação. Em segundo lugar, porque é covarde. Não tem preocupação com quem vive ou morre, se morreu pouco ou muito. No entanto, isso não é surpresa para quem conhece o passado do capitão expulso do exército, sua ligação com milícias e também sua execrável passagem pela câmara de deputados.

Tivemos um espaço de tempo de 02 meses antes do primeiro caso para preparar-nos e fazer um planejamento a nível de país. Testemunhamos a China se infectar e controlar a pandemia antes do agravamento no Brasil. Vimos um bom exemplo na prática para fazer igual. Hoje, a doença se concentra na classe trabalhadora. Estes que nunca deixaram de trabalhar. Estes que nunca saíram da rua.

Com quase 100.000 (cem mil) brasileiros mortos, CURIOSAMENTE continuamos sem ministro da saúde e com o mesmo presidente da república que desde o início se mantém dificultando as decisões do congresso, boicotando as melhores soluções, usando fundo da pandemia para comprar deputados, contrariando as recomendações da ciência, estimulando a população a fazer o mesmo, impossibilitando o engajamento do país no enfretamento da doença e que já acumula mais de 50 pedidos de impeachment. Ou seja, temos um presidente GENOCIDA que tinha todos os recursos para evitar todas essas mortes. Todos estão se acostumando com este número de óbitos que continua a crescer e que até termos uma vacina, o próximo pode ser você.

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Aloma Dias é militante do PSOL São Gonçalo, formada em Comércio Exterior e atualmente é Estudante de Engenharia de Produção. 

6 comentários:

  1. Parabéns Aloma pelo texto. Bolsonaro é um grande irresponsável. Ele não tem sensibilidade e nem respeito pela dor dos familiares que perderam seus entes queridos.

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  2. Parabéns Aloma! Belo texto. Fora BOLSONARO

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  3. Texto bastante esclarecedor com dados fidedignos. Parabéns Bela abordagem.

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  4. Obrigada, Janilce! Vamos juntos somando forças nesse tempo tão dificil pelo qual passamos.

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