segunda-feira, 24 de junho de 2019

O PSOL, A CONJUNTURA E SEUS DESAFIOS, TENDO O SOCIALISMO COMO ESTRATÉGIA


Por Marcelo Saraiva

Os homens fazem a sua própria história,
mas não a fazem sob circunstâncias de sua escolha...”.
 Karl Marx


A ofensiva dos EUA sobre a Venezuela tendo como pano de fundo seu objetivo central controlar o petróleo e ao mesmo tempo o fracasso do governo Macri na Argentina mostram uma América Latina em disputa.

O golpe parlamentar a um governo legitimamente eleito em 2016, a prisão do Lula deixa bastante claro os objetivo centrais da burguesia brasileira. Ou seja fazer a classe dominante voltar ao modo “normal”, ou seja, radicalizar a exploração da classe trabalhadora, retirar direitos e limitar a democracia. Exemplo mais recente disto é a tentativa de acabar com o controle social estabelecidos pelos conselhos.

Realinhar o Brasil com os EUA, gerando dependência externa, com a financeirização da economia, a desindustrialização e a primarização da pauta exportadora, as reformas trabalhista e previdenciária e a retomada do processo de privatizações fazem o governo golpista de Michel temer e da extrema direita Bolsonaro, elos de uma mesma corrente neoliberal.

A classe trabalhadora no Brasil aponta para sair da sua defensiva estratégica, os dias 15 e 30 de maio com a greve dos profissionais de educação e estudantes contra os cortes na educação, e o dia 14 de junho com a greve geral traduzem isso.

O governador Witzel eleito no rastro da onda conservadora e de ódio que atingiu grande parte da população, vem  atuando como linha auxiliar do governo federal. Continuou a política do governo corrupto anterior tanto em relação ao funcionalismo que está há 5 anos sem reajuste onde da continuidade ao PLANO DE RECUPERAÇÃO FISCAL, que inclusive em entrevista recente disse que até o fim do seu governo em 2022 concederá reajuste, como também na política de segurança que fere de morte os DIREITOS HUMANOS, onde o próprio governador defende o abate de pessoas em áreas populares ( tiro na cabecinha,mísseis).

O prefeito José Luiz Nanci e o seu vice Ricardo Pericar aplicam um governo um governo em São Gonçalo que em nada se diferencia dos demais na cidade. Com um modelo de administração conservador e provinciano eles reproduzem um tratamento de desvalorização do conjunto do funcionalismo, como também desenvolvem a cidade na economia  com a necessária geração de empregos como também não dão o devido valor ao potencial turístico da cidade.

São Gonçalo precisa de uma REVOLUÇÃO, no seu modelo de administração. O próximo prefeito tem que aproximar o povo das decisões de governo, adotando mecanismo para tal. Terá que governar para a maioria  dos gonçalenses que são assalariados e sem acesso a cultura, lazer, educação e transporte públicos de qualidade.

Para nós do PSOL isso só poderá ser feito com um programa popular e democrático tendo o socialismo como estratégia. Para nós o processo eleitoral não é uma questão das ciências exatas, da aritmética, e sim um processo onde a luta de classes poderá se dar como instrumento de conscientização da sociedade gonçalense.


 
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Marcelo Saraiva, 52 anos, é professor de história da rede pública estadual, filiado ao PSOL. Militante dos movimentos sociais, presidiu a associação de moradores de Neves entre 1997 e 1999, tendo sido diretor da UNIBAIRROS.