segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Refletir 2014 para avançar em 2015

por Marcio Ornelas

As jornadas de junho e as eleições

As Jornadas de Junho foi um grandioso movimento de massas que ocorreu no Brasil inteiro em 2013. Elas mobilizaram milhões de pessoas e colocaram nas cordas o conforto da elite política que governa o país. Um movimento essencialmente urbano, que começa com o desgaste gerado pelo aumento tarifário dos transportes públicos, mas que se desdobra no questionamento aos péssimos serviços de educação e saúde públicas, assim como no aumento do custo e da insalubridade da vida nas grandes cidades. Ainda que sejam uma expressão do voluntarismo da insatisfação e da revolta acumulada, as jornadas de junho resgataram o debate sobre o direito à cidade, tal como evidenciaram as consequências mais nocivas da produção capitalista do espaço.

Nesse ponto é necessário fazer uma distinção importante. O direito à cidade não é simplesmente a luta pelo acesso aos equipamentos urbanos, advindos dessa produção capitalista do espaço. Na concepção lefebvreviana (e também marxista), o direito à cidade é o direito à produção do espaço. É pensar a cidade coletivamente e inverter essa lógica onde poucos decidem os rumos do urbano, é a inclusão dos excluídos em todas as etapas. Portanto, é muito significativo para a conjuntura que tenhamos milhões de pessoas tomando as ruas, exigindo maior participação na política e também denunciando as mazelas da vida urbana. Ainda que toda essa onda de indignação não tenha se desdobrado numa alternativa política que se proponha a disputar o poder e efetivar as mudanças cobradas, devemos encarar as jornadas de junho como o início promissor de um processo que já culmina na elevação do nível de consciência da população.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

DIPLOMAÇÃO DOS DEPUTADOS NA ALERJ: FESTA E LUTA POLÍTICA

Bancada do PSOL faz protesto.
 No cartaz, a seguinte frase:
 "A violência contra mulher
 não pode ter voz no parlamento"
Nesta segunda dia 15 de dezembro, no plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) ocorreu a diplomação do Governador reeleito Luiz Fernando Pezão do seu vice Francisco Dornelles; do Senador Romário e de seus suplentes; dos deputados federais e estaduais e dos seus respectivos 1 e 2º suplentes.

Nosso partido elegeu 03 parlamentares para a Câmara Federal (Chico Alencar, Jean Willys e o Cabo Daciolo) e 05 representantes para ALERJ (Marcelo Freixo, Paulo Ramos, Flavio Serafini, Eliomar Coelho e Dr. Jullianeli).

Como suplentes foram diplomados Renato Cinco e Paulo Eduardo para a casa legislativa de Brasilia; e Prof. Josemar e Dinho da Farmácia para o Palácio Tiradentes.


Protesto do PSOL contra Bolsonaro

A bancada do PSOL realizou um protesto silencioso (com cartazes) no momento de diplomação de Deputado Jair Bolsonaro.

Tal atitude está relacionada as declarações machistas que foram feitas pelo Deputado na semana passada contra a deputada do PT gaúcho Maria do Rosário.

Não aceitamos o machismo e n em banalizamos o estupro. Para nós, o estuprador é um criminoso e quem faz apologia a esta forma de violência também é. Saudamos a iniciativa da bancada eleita de realizar o protesto e seguiremos na luta pela cassação do mandato do Deputado Federal Jair Bolsonaro.


Presidente do PSOL São Gonçalo é diplomado primeiro suplente de deputado estadual


Prof. Josemar recebe o seu diploma
Entre os parlamentares diplomados, estava o presidente do partido na cidade, o professor Josemar Carvalho, que será o primeiro suplente da nossa bancada a deputado estadual.

Estamos felizes pela diplomação do companheiro. Sabemos que o mesmo está preparado para assumir o mandato, caso seja necessário. Sua história como fundador do PSOL, militante de movimentos sociais e de liderança politica nos garante isso.

Não é apenas uma vitória pessoal do Prof. Josemar. Mas uma conquista de todos aqueles que acreditam que nosso país, nosso Estado, e nossa cidade (em particular), precisam de uma nova forma de fazer politica: onde os movimentos sociais tenham vez e voz, com democracia, ampliação de direitos sociais e participação dos trabalhadores.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Nota de Repúdio a Jair Bolsonaro: Cassação já!

Ontem dia 09 de dezembro, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) aprontou mais uma.

Todos lembram do seu histórico de defesa da ditadura militar e da tortura existente no período. Agora Jair Bolsonaro reafirmou, na tribuna da Câmara dos Deputados a sua postura machista ao se dirigir agressivamente a parlamentar gaúcha Maria do Rosário (PT-RS).

Estamos divulgando a nota do PSOL Nacional assinada pelo nosso presidente Luiz Araújo onde exigimos a cassação do deputado. Divulgamos também dois vídeos, onde em momentos distintos Jair Bolsonaro reafirma a sua postura machista, se dirigindo a mesma deputada.

Repudiamos veementemente tal posição, o estupro não é como algo banal. Exigimos respeito a todas as mulheres independente de raça, de credo religioso ou posição politica.

Entendemos que figuras como Jair Bolsonaro não merecem estar no parlamento brasileiro. Incitam a ódio e a violência. Defende a tortura, o racismo, o machismo, a homofobia e a xenofobia.

Por isso, fora Bolsonaro! Cassação Já!!!


Prof. Josemar Carvalho
Presidente do Diretório Municipal PSOL - São Gonçalo - RJ


Nota de Repúdio a Jair Bolsonaro: Cassação já!


O Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP/RJ), conhecido por suas posições racistas, machistas, homofóbicas e em defesa da Ditadura Militar, protagonizou no dia de ontem mais uma agressão às mulheres, ao parlamento e à democracia brasileira. 

Referindo-se à ex-Ministra dos Direitos Humanos, Deputada Federal Maria do Rosário (PT/RS), Bolsonaro afirmou que não a estupraria porque ela "não mereceria". A frase absurda revela os valores do deputado carioca e se soma a dezenas de outros impropérios verbalizados noutras oportunidades contra negros, gays, lésbicas, pessoas que cumprem sentença judicial, mulheres, militantes torturados pela Ditadura Militar e pobres em geral. 

O PSOL recorreu ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados mais de uma vez contra Bolsonaro, mas o corporativismo dos deputados conservadores que compõem aquele órgão impediu que ele fosse punido. 

Ainda assim, não descansaremos até que este representante do atraso seja punido. Recorreremos novamente a todos os recursos cabíveis, dentro e fora da Câmara dos Deputados, para ver o mandato de Bolsonaro cassado. Sua presença na Câmara dos Deputados desonra a democracia e o parlamento brasileiro.  

 Luiz Araújo

Presidente Nacional do PSOL

Vídeo do dia 09 de Dezembro  de 2014, onde Jair Bolsonaro reafirma que não estupraria Maria do Rosário


Vídeo de 2008, onde Jair Bolsonaro ameaça fisicamente a  Deputada Maria do Rosário e afirma que estupraria 



domingo, 7 de dezembro de 2014

AGRESSÕES E MORTES DE MULHERES CONTINUAM EM DESTAQUE NAS ESTATÍSTICAS POLICIAIS


Ao sair para o trabalho, D. ainda tinha as marcas no pescoço da agressão sofrida na noite anterior, quando o policial e ex-companheiro F. tentou estrangulá-la, em São Gonçalo. Tudo começou por causa das brigas e gritarias dos dois filhos de D. – o mais novo, de 5 anos, é filho dele. F. irritou-se, ameaçou quebrar coisas e D. tentou proteger a TV. Na frente das crianças, ele apertou seu pescoço, mas ela reagiu e se soltou. Então F. quebrou a TV lançando o aparelho no chão.

Esse é o relato recente de uma diarista que, como tantas outras mulheres, é uma vítima da violência, na maioria das vezes feita pelo próprio companheiro. Muitos casos terminam em mortes, pelo simples fato de serem mulheres, ou seja, uma violência de gênero. O tema já é pauta de discussão no Congresso Nacional, através do projeto de lei do Senado 292/2013, que propõe alterações no Código Penal para inserir o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio.