por Prof. Josemar Carvalho
No mês de março, o governador Luiz Fernando Pezão surpreendeu negativamente o município de São Gonçalo e região, com o anúncio da substituição da linha 3 do metrô pelo BRT ( “Bus Rapid Transit” - tradução - Transporte Rápido por Ônibus).
No último dia 25 de junho, através do Secretário de
Desenvolvimento Marco Capute, o governo estadual anunciou o abandono da ideia do
BRT e sinalizou a retomada da discussão sobre a linha 3 do Metrô.
Como sempre afirmamos, a perspectiva de construção
da obra não é garantia de que a mesma será realizada. Marcelo Alencar,
Garotinho, Rosinha e Sergio Cabral sempre anunciaram o transporte metroviário
e este não aconteceu.
Agora, o que levou o governo estadual voltar atrás do
BRT e anunciar o metrô como uma saída viável?
O desgaste causado na população com a “troca” do
Metrô pelo BRT foi sem dúvida o maior motivador para que o governo estadual fizesse a
mudança de discurso.
Solução esperada desde os anos 90, o transporte
metroviário foi pauta de vários governadores eleitos, incluindo o atual, que
chegou no final do ano passado, a anunciar a existência de verbas para a
construção da linha 3. Cabe destacar que a linha 4 (Barra da Tijuca - Ipanema)
já está sendo construída e seu funcionamento irá começar no primeiro semestre
de 2016.
A Presidenta Dilma também participou do estelionato
eleitoral (e da Novela) sobre a linha 3. No ano de 2013, esteve em nossa cidade
e anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões para a realização da obra. A parceria da
obra foi anunciada no Clube Mauá juntamente com autoridades locais e estaduais.
Como sabemos, o BRT é um ônibus que atua numa
faixa exclusiva. Irá aumentar a poluição e adensamento rodoviário na nossa
cidade. Revela-se também que é menos eficiente do que o metrô no quesito
capacidade de passageiro. Estima-se que o BRT iria carregar apenas 220 mil
pessoas enquanto as previsões para o metrô ultrapassariam 350 mil.
Todos esses argumentos colocados diariamente nas
ruas, redes sociais, escolas, universidades e nos demais espaços de
convívio coletivo, criaram um caldo de criticidade e de revolta popular
contra a medida do governador.
Outro aspecto que tem que ser considerado é que o
governo ao anunciar novamente a linha 3 do metrô “ganha” tempo. De acordo com dados oficiais, o governador
Pezão e sua equipe passam a apresentar o estudo como um novo ponto de partida. Na
cabeça dos tecnocratas do governo estadual, zera-se tudo (como se a vida das pessoas
comuns não valesse nada). E assim esperasse realimentar o discurso e
reconstruir a imagem.
Não podemos ignorar que este estudo será feito por
uma “consultoria independente”. Sabe-se lá ligada a quem. Que irá gerar novos
“custos de estudo” que já foi feito várias vezes. Isto tudo sem a garantia de
inicio das obras.
Desde os anos 90 a linha 3 do metrô vem sendo pautada na nossa região. Políticos locais ligados a diversas gestões do governo estadual, se elegeram prometendo esta proposta.Para nós do PSOL São Gonçalo, a construção da linha 3 do metrô não será um “ato de bondade” do governador que aí esta.
Acreditamos que para
conquistarmos a linha 3 do Metrô, é necessário amplo movimento que construa
atividades de ruas (como passeatas, atos, entre outros) combinada com ações
jurídicas.
Como morador de São Gonçalo, acredito que seja
necessário um amplo movimento popular para exigir do governo estadual /
federal, o inicio das obras da linha 3 do metrô.
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Josemar
Carvalho, 39 anos, 1º Suplente de Deputado Estadual do PSOL-RJ, professor universitário e da rede pública de ensino.
Presidente do Diretório Municipal do PSOL de São Gonçalo- RJ.