por Jorge Santana

A Revolta da Chibata, em 1910, desafiou a hierarquia militar
da Marinha do Brasil, os praças reivindicavam o fim dos castigos físicos,
melhores condições de trabalho, aumento do soldo, direito a voto e ao
casamento. O líder deles era João Cândido, um marinheiro negro, corajoso e
destemido. Contudo, é importante assinalar que os marinheiros não tinham
sindicato. Durante a tomada dos navios dois oficiais foram mortos. O governo
federal aceitou o fim das punições físicas e a anistia dos rebeldes. Ao
baixarem as armas ocorreu à caça às bruxas e a grande maioria dos revoltosos
foram presos, expulsos da Marinha e outros assassinados sumariamente.

Os dois pontos que ligam essas duas histórias de coragem e
determinação separadas por um século são as condições em que ambos os casos a classe trabalhadora era super discriminada, com
salários de miséria e composta basicamente por negros, pardos e pretos. Quando
profissionais como esses enfrentam o status
quo e saem com louros de vitória, é porque toda a luta digna é válida. De
João Cândido a Sorriso a luta continua! Glória a todas as lutas inglórias!
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Jorge Santana, 26 anos,
Professor de História, Mestrando em Ciências Sociais.
Jorginho, um ótimo texto e uma feliz correlação histórica. Parabéns, meu irmão.
ResponderExcluirObrigado Aliris, essa greve dos garis foi de bastante importância para essa classe que vive na marginalidade e para tantas outras. A luta é cotidiana!
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