por Prof. Josemar Carvalho
Longe de
representar a democracia racial, a Lei assinada pela
Princesa Isabel, em data comemorativa ao nascimento de seu bisavô Dom João VI, não
colocou o negro em situação de equidade social, politica e econômica no país.
Infelizmente, ainda não temos a igualdade de condições e o racismo no Brasil ainda é uma triste realidade.
A ÚLTIMA ESCRAVIDÃO NEGRA DA AMÉRICA
A abolição brasileira
foi a última entre os países independentes da América. A abolição tardia foi um
produto de um conjunto de pactos entre as elites regionais da época, que ao
longo dos anos foram negociando um saídas transicionais que envolveram a independência
nacional, a unicidade do território e manutenção da monarquia como forma de
poder.
Outro aspecto
relevante está relacionado a presença trabalho servil efetivo, diversos estudos
apontam que menos de 10% da mão de obra do ano da abolição era escrava. Pois os
processos anteriores (Lei de Terras -1850; Lei do Ventre Livre-1871; entre
outras) já sinalizavam para o fim da escravidão.
AUSÊNCIA DE POLITICA AFIRMATIVAS
A libertação
formal do negro não foi acompanhada de um politica de distribuição de terras e
apoio efetivo para seu ingresso na sociedade.
As leis no Brasil
sempre foram transicionais para atender os interesses da elite branca. A própria
Lei de Terras citada anteriormente, foi um pacto que garantiu a estes a construção
dos seus latifúndios.
Os negros ao longo
dos seus 100 primeiros anos nunca tiveram uma politica de afirmativa.
Do ponto de vista
geral, a politica de cotas nas universidades é primeira politica afirmativa de
grande porte para o povo negro. Muito tempo se passou e nada foi feito!
O RACISMO CONTINUA ... A LUTA CONTRA ELE TAMBÉM!
Marco Feliciano Capitão do Mato do Século XXI |
Dados do Dieese (Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que
os negros recebem 40% a menos do que os não-negros.
O estereótipo
social, construído pela mídia, pelos livros didáticos e outros aparelhos de
poder colocam o negro na condição de subalterno. A violência policial, o
descaso com saúde, com a educação, o transporte e moradia atingem mais
diretamente o negro.
A intolerância religiosa
e discriminação cultural são expressões claras do racismo. Declarações como do
Deputado Marco Feliciano (PSC-SP) de que “os negros são amaldiçoados” revela
claramente que os capitães-mato e feitores seguem vivos.
Nós do PSOL somos
parte da luta anti-racista e contra qualquer outra forma de preconceito no Brasil e no mundo. Temos a consciência de que o país que possui a
segunda maior população negra do Mundo (somente atrás da Nigéria) tem que construir
uma reparação social para aqueles que são um pilar central da história.
Compreendemos
também que a sociedade capitalista traz no seu gerne, os princípios do racismo
como forma de dividir os trabalhadores e justificar a maior exploração.
Ótima matéria! 125 anos e o negro ainda é esteriotipado como marginal da sociedade...
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