No domingo dia 23 de junho na cidade de São Paulo, aconteceu a 23° Parada do Orgulho LGBTI
(Lésbicas, Bissexuais, Bissexuais, Travestis e Transexuais e Intersexuais) na
Cidade de São Paulo, que é considerada uma das maiores do Brasil e do mundo com
público de 3 milhões de pessoas. Nesse
ano os organizadores levaram como o tema foi os “50 anos de Stonewall”, um conflito que
aconteceu em 1969 em um bar dos Estados Unidos e foi um marco para ao ativismo
para a comunidade LGBTI. Em Nova York, no bairro do Greenwich Village na
madrugada de 28 de junho de 1969, aconteceu uma série de rebeliões/ revoltas
por conta da repressão policial aos frequentadores do bar Stonewwall Inn, que
era único bar que era frequentado por pessoas abertamente homossexuais nos EUA, já que o sistema
judiciário americano praticava abertamente a homofobia, era rotineiro serem
achacados e fechado pela polícia. Mas, o que tinha de especial nesse bar? As
pessoas poderiam ser elas mesmas sem ter que fingir ser o que não é, poderiam
expressar sua sexualidade plena, como algo mais simples a dança – nele aos
homens era permitido dançar.
História das paradas LGBTI
no Brasil – aconteceu na cidade de São Paulo em 1997, inspirada pelas marchas
que aconteciam na Europa e nos Estados Unidos, contou com cerca de duas mil
pessoas e atualmente consegue concentrar mais de três milhões de pessoas e
agregando diferentes públicos, atualmente pode dizer que em todos os estados e
várias cidades do Brasil fazem a manifestação do Orgulho LGBTI.
Há três décadas atrás em
São Paulo, por iniciativa própria da polícia civil iniciou-se uma operação com
o nome de “tarântula” cujo o objetivo era de combate a epidemia de aids, que
tinha como alvo as travestis, cerca de 300 foram perseguidas, mas teve vida
breve a operação, por intermédio de grupos de defesas dos direitos LGBTI, foi
enviado uma carta de repúdio.
Vivemos em um momento bem
emblemático no Brasil, onde o chefe de Estado é declaradamente homotransfóbico,
racista, machista, sexista, xenofóbico, defende uma agenda de ódio a grupos
minoritários, que tenta de todas as formas fazer um apagamento dos movimentos
sociais, ser LGBTI no Brasil é mais
perigoso com risco de morte, violência verbal e física até mesmo em países que
tem a homossexualidade como crime, dados do principal grupo de luta do
Brasil Grupo Gay da Bahia (GGB) e
Associação de Travestis (ANTRA) apontam que esse Estado é o que mais mata, quem
não tem orientação e identidade de gênero heteronormativa.
As paradas do Orgulho
LGBTI durante essas duas décadas tem sido protagonista pelas lutas de direitos
dessa população, todos os direitos adquiridos não foram dados ao bel prazer dos
homens brancos e que ocupam espaço de poder, foram através de muita luta,
ativismo maçante, mas esses direitos não foram conquistados através do
Congresso Nacional, onde impera o conservadorismo, o viés fundamentalista religioso e hipócrita. Se hoje temos a
garantia de Direitos básicos, tais como, nenhum estabelecimento pode recusar a
atender uma pessoa baseado em preconceito, cartórios de todo Brasil não podem
recusar a celebração de casamentos civis de casais do mesmo sexo ou deixar de
converter em casamento a união estável homoafetiva, adoção de crianças por
casais homoafetivos, reconhecimento da união homoafetiva é entidade familiar,
nome social para pessoas travestis e transexuais, benefícios previdenciários de
pensão por morte e auxílio-reclusão também vale para casais homossexuais, mais
recente por decisão de Comissão Nacional de justiça a retificação do pré-nome a
pessoas travestis e transexuais conforme a identidade de gênero em cartórios.
Nesse mês de junho, crimes
de ódio contra a população LGBTI serão punidos na forma de crime de racismo,
decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal, que declarou omissão do
congresso, desta forma, agressões físicas, verbais serão penalizados, cuja a
conduta é inafiançável e imprescritível, sabemos que o combate ao preconceito
passa por uma questão educacional, mas enquanto existir o retrocesso de abordar
sobre respeito as diversidades no campo educacional, estaremos nos amparando
por uma conduta que penaliza mas que não reduz os preconceitos, lembrando que a
constituição federal tem como objetivo promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (Constituição Federal, art. 3°).
O sentido de transcorrer
sobre atuação dos Movimentos de Direitos LGBTI é enfatizar que as paradas são
manifestações de lutas, de reivindicações atuando no ponto político, aqueles
que consideram que essas manifestações são “carnavais fora de época”, que fique
bem evidente mais do que antes, com um governo de extrema direita,
homotransfóbico, que massacra trabalhadores, população minoritárias as
manifestações publicas serão nosso palco de luta por direitos, em ser quem nós
somos e viver a sexualidade plena sem ser um risco contra a sua vida. O Estado
tem obrigação de garantir os nossos direitos constitucionais, por nenhum
direito a menos e a nossa luta é pela sobrevivência e existência.
Viva 50 anos de Stonewall,
as paradas do Orgulho LGBTI do Brasil. Armário nunca mais!
Eduardo Braga
Setorial LGBTI - Psol São
Gonçalo / Presidente Associação
Gonçalense LGBTI