por Prof. Josemar Carvalho
O ano de 2015 vem mostrando que vai ser agitado politicamente. Nem passado o carnaval, as mobilizações acontecem e radicalizam cada vez mais.
Vitoriosa passeata dos trabalhadores sobre a Ponte Rio-Niterói |
A crise econômica chega cada vez mais
ao cotidiano popular. A inflação já se faz sentir no bolso dos trabalhadores.
Não precisa ser especialista em economia para saber que o aumento do preço da gasolina
está gerando aumento dos preços. O corte de verbas de 22 bilhões do orçamento
aumenta ainda mais a percepção popular da crise.
A operação Lava Jato faz por aumentar a crise de
representatividade da Presidente Dilma e de seu partido, o PT. O discurso
pseudo-esquerdista da eleição da Presidenta vira estelionato eleitoral quando
observamos os passos tomados neste novo governo.
A mobilização dos estudantes |
O discurso do
planalto, “Brasil, Pátria educadora” caiu por terra. Nas universidades públicas
o corte de verbas já chegou. Nas particulares, as políticas de assistência estudantil
financiada pelo governo federal atrasam e geram instabilidade. Na educação
básica, a falta de merenda e de estrutura nas diversas redes públicas de ensino não
são perceptíveis porque o ano começou agora e descaso antecede a crise.
A crise
urbano-ambiental convertida em crise hídrica e energética coloca em xeque o
governo federal e os governos estaduais, em especial o governo de Geraldo Alckimin (PSDB) em São Paulo. Revelando que a lógica neoliberal, do PSDB e do PT,
não priorizou a qualidade dos serviços públicos.
Diferente do
PT, que longe de implementar um projeto de esquerda, os ventos europeus construídos
a partir das mobilizações que levaram à vitória do Syriza na Grécia e do crescimento do Podemos na Espanha, mostram que a esquerda e os trabalhadores têm
novos caminhos a seguir.
A greve e mobilizações mostram o caminho!
Trabalhadores da Volks |
Em janeiro, a greve
vitoriosa dos trabalhadores da Volks em
São Paulo e o dia nacional de lutas por empregos e direitos no dia 28 organizado
pelas centrais sindicais, já revelaram a tônica de como será o ano.
Na semana passada, a passeata dos trabalhadores
do COMPERJ (Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro) foi um ápice da
conjuntura. O ato dos estudantes denunciando o Ministro Miguel
Rosseto na Bienal da UNE também revela a disposição de luta da juventude.
Ato de Garis de Niterói |
Por volta do meio dia, os
trabalhadores do COMPERJ caminharam pela Ponte Rio-Niterói em direção a sede da
Petrobrás no Rio de Janeiro. Entre as reivindicações destes trabalhadores,
ligados a construção civil, está o pagamento de atrasos salariais que chegam até
três meses. A grande mobilização atingiu a região metropolitana como um todo.
As vias de acesso a Ponte ficaram completamente paralisadas por horas.
As empresas prestadoras de
serviço da Petrobras diante da crise instalada a partir das denuncias de
corrupção, fecharam suas portas.
Os trabalhadores vêm fazendo
várias mobilizações, que começaram na cidade de Itaboraí onde está sediado o
COMPERJ. Devido a pouca cobertura dos atos pela grande mídia, os trabalhadores radicalizaram
e tiveram sucesso na sua ação.
Do nosso ponto de vista, saudamos
politicamente o ato e afirmamos que o nosso apoio é integral. Não aceitamos que o PT,
figuras do PMDB e os neoliberais do PSDB (que sonham em privatizar a Petrobras)
pensem em criticar o movimento.
Antes estes partidos da ordem
burguesa tem que explicar os escândalos dos últimos 20 anos da empresa e as
doações espúrias aos seus dirigentes.
Nós do PSOL temos o orgulho de
ser o único partido no Congresso Nacional que não está envolvido no
esquema de corrupção da Operação Lava Jato. Orgulhamos também de fazermos parte
da organização dos trabalhadores e da juventude pelos seus direitos e por uma outra
sociedade.
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