por Jorge Santana
A
Guerra de Secessão (1961-1965) se encerrou há mais de 150 anos, porém a ferida
ainda está exposta. Em meio à guerra, deputados e senadores aprovaram a 13ª emenda
na Constituição dos EUA, que abolia a escravidão. A guerra teve início devido às
divergências políticas entre os estados do Sul e do Norte, sendo a principal
delas o fim da escravidão. A vitória dos estados do Norte não significou o fim
do racismo e da segregação racial, culminando no nascimento do movimento racista
chamado de Ku Klux Klan.
O
movimento racista nascido ainda no século XIX teve como ápice a primeira metade
do século XX, em que chegou a ter 5 milhões de membros. O movimento, além de
defender o racismo como política oficial nos estados do Sul, também realizava
ações diretas, como linchamentos e enforcamento de negros que não se submetiam às
regras impostas pelos brancos. O massacre ocorrido no dia 17 de junho de 2015, na
cidade de Charlerston, na Carolina do Sul, em que nove membros negros de uma igreja
foram assassinados por um extremista da supremacia branca, levanta o debate de
como oódio racial ainda persiste nos Estados Unidos. O autor da chacina na igreja
em Charleston, tinha diversas fotos em que ostentava a bandeira confederada.
A
bandeira dos estados confederados é a mesma que representou os sulistas na
guerra de secessão; no período pós-guerra, tornou-se representativa dos
movimentos de supremacia branca, como White Power e a Ku Klux Klan. Devido ao
simbolismo que tal bandeira adquiriu, estados do Sul estão aderindo à iniciativa
de retirar a bandeira confederada dos prédios e repartições públicas. Na África
do Sul pós-apartheid, aboliu-se a antiga bandeira do estado racista e foi
construída uma nova, coletivamente, representando o novo estado multirracial.
Não
há dúvidas de que a bandeira confederada é, sim, um símbolo racista. A abolição
dessa bandeira não será a solução para o ódio racial nos Estados Unidos, contudo
será um passo importante para colocar nos museus aqueles símbolos que são
representativos daquilo que existe de pior na história dos homens no continente
americano. A abolição desse símbolo
racista não é o fim do racismo, e sim, parte do longo caminho para o
sepultamento do ódio racial.
***************
Nenhum comentário:
Postar um comentário