Os operários do COMPERJ e do estaleiro Mauá foram às
ruas em manifestação reivindicando os direitos trabalhistas que depois de meses
ainda não foram pagos. Sem a indenização pelas demissões a luta desses
trabalhadores segue.
Esse momento exige de todos nós, juventude e
trabalhadores uma reflexão sobre a produção industrial e o trabalho no Leste
Fluminense (Niterói,
São Gonçalo, Itaboraí,
Rio Bonito,
Cachoeiras de Macacu, Maricá
e Tanguá).
O Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro
(COMPEERJ) prometia ser um amplo projeto de desenvolvimento econômico e social.
O governo Lula em 2008 prometia a geração de 100 mil empregos só no polo
petroquímico, sem falar dos empregos que iriam advir nas outras empresas que
seriam atraídas para a região do Leste Fluminense – em especial para São
Gonçalo e Itaboraí – e trariam a esperança para milhões de trabalhadores de
cidades que geram pouco emprego internamente. Porquanto a falta de geração de
empregos nas cidades do Leste Fluminense obriga a milhares de trabalhadores a
se deslocar diariamente, num sistema de transporte inadequado para o transporte
de massas por longas distâncias como é o ônibus, indo principalmente para
Niterói e Rio de Janeiro e fazendo que percam grande parte do seu dia no
trânsito.
Além do mais o projeto do COMPERJ era a chance de emprego de carteira assinada para milhares de trabalhadores na indústria. Setor da atividade econômica que emprega com melhores salários do que o setor de serviços (como os empregos em loja, telemarketing e recepção, por exemplo) do qual a região do Leste Fluminense é extremamente dependente.
Além do mais o projeto do COMPERJ era a chance de emprego de carteira assinada para milhares de trabalhadores na indústria. Setor da atividade econômica que emprega com melhores salários do que o setor de serviços (como os empregos em loja, telemarketing e recepção, por exemplo) do qual a região do Leste Fluminense é extremamente dependente.
Além da geração de empregos e renda o projeto do COMPERJ, prometia através da Agenda 21 (iniciativa de integração dos setores privado, público, ONG’s e comunidades) o fortalecimento e execução de atividades de proteção ao meio ambiente, criação e expansão de ONG’s que atuariam em diversas áreas desde cuidados com a infância até promoção da cultura local e asfaltamento para regiões carentes em infraestrutura urbana como os limites entre os municípios de São Gonçalo e Itaboraí.
Todavia, dos 30 mil trabalhadores e trabalhadoras
contratados incialmente para as obras do COMPERJ 7 mil foram demitidos. Além do
mais, o governo baixou a previsão inicial de geração de empregos 100 mil para
apenas 1 mil, posto que a promessa inicial de um complexo petroquímico passou
num segundo momento para uma refinaria.
A expectativa de que o COMPERJ fosse realmente
colocado em funcionamento aumentou a migração de trabalhadores de outras partes
do Brasil para o Leste Fluminense, elevou o preço de imóveis, terrenos,
produtos e serviços devido à especulação para com as expectativas de
desenvolvimento econômico-social da região. Todavia, com o atraso nas obras do
polo petroquímico e a diminuição da previsão de geração de empregos muitos
comerciantes foram obrigados a fechar suas portas e um grupo grande de trabalhadores
demitidos foi morar na rua, sem ter como pagar as hospedagens.
Sem falar na juventude que foi realizar cursos
técnicos com a esperança de conseguir emprego no COMPEERJ e hoje não consegue
um trabalho nem no polo petroquímico nem na indústria naval de Niterói e São
Gonçalo.
Indústria naval essa que foi fortemente afetada que
suspensão dos contratos dos estaleiros com a Petrobras devido ao esquema de
corrupção que assolou a estatal como denunciado na operação Lava-Jato. A crise
de corrupção na companhia a obrigou a rever seus investimentos e, portanto, o
projeto inicial do COMPERJ teve ser de ser reduzido a apenas uma refinaria,
gerando menos emprego e renda.
Recentemente um gasoduto que seria construído para a
refinaria no COMPERJ teve suas obras interrompidas pelo Tribunal de Contas da
União com a alegação de superfaturamento.
Isso nos leva a questionar o atual modelo
desenvolvimento construído no governo petista: com que critérios contratos
públicos são cedidos a empresas privadas? O modelo de licitações escusas atinge
a todas as esferas do poder público. Inclusive na educação ao nos lembrarmos do
episódio de compra de merenda estragada de fornecedores privados por parte da
Prefeitura de São Gonçalo.
É urgente mudar a relação do púbico com o privado no
Brasil porque quando a corda arrebenta sempre o faz do lado mais fraco: da juventude
e dos trabalhadores!
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Fernando Barcellos é estudante de Relações Internacionais na UFF e militante do coletivo de juventude Juntos!
Até hoje se fala numa barragem a ser realizada em Cachoeiras de Macacu (este mês de agosto teve audiência pública na ALERJ sobre isso), que afetará dois mil pescadores artesanais e desalojará 1100 famílias de agricultores, elevando o preço dos alimentos na região metropolitana.
ResponderExcluirOs camaradas podem comentar sobre isso?
O Lula realizou e fez acontecer, agora pergunta ao Sr Cabral e Pezão e porque eles são questionados e citados . Coloca para os trabalhadores a verdadeira história das empresas do comperj envolvidas na corrupção da Lava Jato para que venham revindicar corretamente.
ResponderExcluirSe o Sr quiser envio para ti .