"CASTELO DE CARTAS DE MULIM" COMEÇA A CAIR

por Prof. Josemar Carvalho

  

Um balanço necessário

A maioria da população apostou que Neilton Mulim representaria renovação. Infelizmente foi o contrário disso que aconteceu neste 1/3 de gestão.

Para começar o “festival” de equívocos, a primeira medida do governo foi aumentar o salário dos cargos comissionados. A maior distorção ficou no salário dos subsecretários, que de aproximadamente R$ 2.800,00 pulou para R$ 9.200,00. Um aumento que só serviu para onerar os cofres públicos. Enquanto isso, alguns servidores concursados ganham menos do que um salário mínimo.

Este é um dos pontos que explica a mobilização atual dos três segmentos do funcionalismo municipal (os profissionais de educação, os agentes comunitários de saúde e servidores da administração) em nossa cidade. O PSOL é solidário a todas as demandas destas categorias.

Mau uso dos recursos públicos e populismo: duas tristes marcas do governo de Mulim

Compra de 740 placas de bronze a 500 mil reais!
Um absurdo de Mulim: dinheiro Público sendo jogado fora

O Prefeito Mulim já deu sinais de que a saúde e a educação não são prioridades de seu governo, bem como a valorização dos servidores e das comunidades.

A compra de 740 placas de bronze e aço para inauguração de novas unidades ao custo de 500 mil reais, revela a utilização errada das verbas públicas. Enquanto isso, as unidades de saúde caem aos pedaços. Os profissionais são mal remunerados, faltam médicos, enfermeiros.

Infelizmente, a prioridade da prefeitura é garantir placas de qualidade para os próximos 20 anos. Lembrando que são 67 unidades de saúde em funcionamento no município. Para utilizar todas as 740 placas seria necessário inaugurar uma unidade a cada três dias por mais de um ano.

O Café Social, da forma como está sendo implementado, revela uma politica populista. Não somos contra politicas públicas, mas para ser sério, o Café Social deveria acontecer em vários pontos da cidade e não exclusivamente no Centro visando campanha eleitoral e de Marketing do Governo. A maioria da população para usar do beneficio matinal precisa pagar duas passagens e mais R$0,50 totalizando assim R$ 6,10 (na melhor das hipóteses).

Enquanto isso, a merenda escolar, que tem ser entendida como complemento alimentar no processo educativo das nossas crianças, cai de qualidade a cada dia.

E a passagem a R$ 1,50?

Para honrar seriamente a sua campanha, o governo tem que colocar a passagem a R$ 1,50 em todas as linhas municipais. Compreendemos que não pode haver subsídio público, pois será uma retirada de dinheiro da saúde, da educação e dos demais serviços para “doar” aos empresários de ônibus.

Também não concordamos que a passagem se reduzida apenas a pessoas cadastradas num programa especifico. Para cumprir de forma verdadeira, o que prometeu em campanha, a passagem tem que ser para toda a população de nossa cidade.

Não ficaremos surpreendidos se a passagem a R$ 1,50 vier acontecer de forma parcial nas vésperas da eleição (junho por exemplo) ... para ao final do pleito em novembro acabar e voltar ao preço de R$ 2,80.

Para nós do PSOL, a redução das passagens deve vir da revogação da licitação obscura do Consórcio São Gonçalo de Transporte, com um novo processo de licitação das linhas, garantindo a redução das tarifas para dos todas as pessoas de nossa cidade.

A herança maldita de Panisset não pode virar argumento para inoperância política de Mulim

O governo Neilton Mulim já tem 16 meses (1/3 da gestão). Já passou da hora da atual gestão da Prefeitura começar a governar com seriedade nossa cidade.

Não aceitamos o descaso com serviços públicos de saúde e educação, como veem acontecendo. Chega de não ter ônibus no sereno, de desrespeito a gratuidade e a Prefeitura ficar quieta. Reajuste salarial para os servidores públicos municipais, a luz das perdas inflacionárias dos últimos cinco anos, é fundamental para iniciar o processo de valorização profissional.

Já passou da hora do governo de Mulim apresentar um modelo de gestão e de afirmação programática para a nossa cidade. É preciso reverter o “triste legado” anterior de Panisset com uma agenda programática comprometida com a maioria da população gonçalense. O PSOL está nas ruas defendendo as bandeiras dos movimentos sociais e dos trabalhadores em luta.

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Josemar Carvalho, 38 anos, professor universitário e da rede pública de ensino. Presidente do Diretório Municipal do PSOL de São Gonçalo- RJ.

* Texto publicado originalmente no jornal do PSOL São Gonçalo Nº 2 - Maio de 2014

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