O
PSOL esteve ao longo desse processo eleitoral em cada canto da cidade,
apresentando para a população o programa “São
Gonçalo precisa de uma revolução!” que foi debatido e construído
coletivamente. Defendemos um projeto de cidade que passe fundamentalmente pela
ampliação da democracia, pela participação popular e pela ampliação dos
direitos dos trabalhadores.
Foi
uma honra apresentar a candidatura do Prof. Josemar a Prefeitura de São Gonçalo
e nossa chapa de vereadores, juntamente com os companheiros do PCB. Nossa
militância aguerrida, deu exemplos de
obstinação e se revelou incansável na construção do nosso projeto.
Temos
orgulho dos nossos candidatos e da nossa forma de fazer política. Apresentamos
propostas claras e efetivas. Não recebemos dinheiro de empresas de ônibus e nem
de empreiteiras. Fizemos uma campanha limpa e ética. Dura e firme nos
posicionamentos ideológicos e políticos. Não participamos do “toma lá dá cá” da política.
Para
mudar a cara de São Gonçalo não cabem meias palavras, é preciso contrariar os
interesses dos empresários de ônibus que comandam o transporte na cidade, é
preciso cortar as indicações políticas em postos de saúde, escolas e demais
repartições públicas, é preciso valorizar o servidor e garantir condições
dignas de trabalho. Em resumo: é preciso uma nova forma de governar, longe
desses velhos caciques da política gonçalense e com autonomia política para
cortar a sangria dos cofres do nosso município.
O
resultado do 1° turno colocou o deputado estadual Dr. José Luiz Nanci (PPS-SD-PSL) e o Vereador Dejorge Patricio (PRB-PMN-PRTB), praticamente empatados, no
segundo turno. Dois candidatos que fugiram da maioria dos debates aos quais
foram convidados, que se furtaram durante o processo eleitoral de apresentar de
forma mais nítida suas ideias. O grande arco de alianças que se forma em torno
das duas candidaturas no segundo turno, revela a tônica da política gonçalense:
um grande balcão de negócios, onde cada voto conquistado é elemento de barganha
para cargos na prefeitura.
Não
existem nesses acordos qualquer preocupação pragmática. A politica de
assistência social de nossa cidade, as secretarias de educação e de saúde, ou
qualquer outro cargo não podem virar moeda de troca. Quem entrou neste jogo de
barganha, vendeu a dignidade e a confiança de quem depositou o voto em sua
candidatura. Está na verdade, ajudando a vender a ilusões.
Nenhum
dos dois candidatos deste segundo turno apresentou elementos centrais pelo qual
lutamos. Ambos foram omissos em relação a luta contra o “cartel” chamado
Consórcio São Gonçalo de Transportes que controla o transporte público da nossa
cidade. A regularização do transporte alternativo foi um dos pontos pautas que
os dois se esquivaram. A eleição direta para diretores de escolas e postos de
saúde também foi um ponto ignorado. Mecanismos efetivos de combate a corrupção
também não foram apresentados. A transformação dos Agentes Comunitários de
Saúde em servidores do Regime Juridico Único(RJU) nem sequer foi ventilada por
ambos. O aumento salarial para os servidores públicos municipais não foram
abordados nem pelo candidato do PPS e nem pelo candidato do PRB.
Ambos
têm experiência efetiva em participar de governos desastrosos. O deputado
estadual José Luis Nanci participou do governo Charles e foi secretario
estadual do atual governo Pezão/Dorneles. Governo que atrasou salários de
servidores e destrói o nosso Estado. Dejorge Patrício foi secretário municipal
de Parques e Jardins do governo Mulim. Quando vereador não fez um discurso na
tribuna questionando os equívocos da Prefeitura e não apresentou um projeto
para a cidade. Ignoram a parte podre de seus currículos para entrar no festival
de mentiras sobre a população.
Portanto,
não há qualquer possibilidade do PSOL apoiar qualquer uma dessas duas
candidaturas. Temos plena consciência de que tanto Nanci quanto Dejorge,
representam o atraso para nosso município, um novo ciclo de acomodação dos
aliados políticos, de aparelhamento da máquina pública e o sucateamento dos
serviços públicos. Seus partidos, no plano nacional (o PPS e o PRB),
mobilizaram suas bancadas para defender com unhas e dentes o ajuste fiscal e
garantir a retirada de direitos dos trabalhadores. Seus projetos não comungam
em nada com o nosso, havendo total incompatibilidade de entendimento sobre como
deve ser a política em São Gonçalo.
Não
vamos emprestar nosso capital político, a garra da nossa militância, para
apontar uma saída “menos pior” para São Gonçalo, ignorando de maneira acrítica
quem lhe dá sustentação. Como sempre dissemos não queremos trocar seis por meia
dúzia.
Vamos
falar a verdade para a população, que nem Nanci e nem Dejorge, vão governar
para os interesses do povo. Que são reféns dessa velha política ao qual estão
cercados para tentar ganhar a eleição. Nós do PSOL, temos muitos anos na luta e
temos responsabilidade com tudo o que acumulamos até aqui.
Vamos
seguir debatendo com a população a necessidade da ampliação desse programa
popular e democrático, que pode dar efetivamente outra cara ao município. Não
aceitamos a discriminação, a intolerância religiosa e a retirada de direitos que novamente se
avizinha como resultado desse 1° turno. Fazemos um chamado honesto para os
movimentos sociais, sindicais, entidades, partidos políticos de esquerda, para
construirmos um polo de resistência que enfrente os retrocessos que virão seja
com Nanci ou com Dejorge e que lute pelas pautas históricas dos trabalhadores.
São Gonçalo, 11 de outubro de 2016.