por Prof. Josemar Carvalho
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Neste artigo, vamos dialogar sobre a
proposta de destombamento da área do antigo 3º Batalhão de Infantaria (3º BI),
localizado no bairro da Venda da Cruz aqui em São Gonçalo.
O 3º Batalhão de Infantaria era
conhecido como Regimento Ararigbóia foi transferido em 2007 para a cidade de
Barcelos no Estado do Amazonas. Como parte da politica das Forças Armadas
Brasileiras de transferência do seu contigente militar para as fronteiras e
para as florestas. O antigo quartel teve importância na 2ª Guerra Mundial.
Iniciaremos o texto, revelando a
importância sócio-histórica de um tombamento, depois abordaremos a falsa
polêmica sobre habitação popular X tombamento; na sequência analisaremos a
falta de política pública do governo Cabral para São Gonçalo; e por último algumas ideias que defendemos para a área.
O TOMBAMENTO É UMA FORMA DE VALORIZAÇÃO
DE MEMÓRIA DE LUGAR!
Nos países que minimamente valorizam a cultura e a educação temos no tombamento uma forma de imortalizar uma forma
cultural, seja ela arquitetônica, seja ambiental, ou uma obra.
Tombar é fazer com que os monumentos e
patrimônios ganhem dimensão histórica. A valorização do lugar, é fundamental na
construção e na autoafirmação social. Por outro lado, a desterritorialização
retira dos fatos e dos objetos.
Não há desenvolvimento humano, sem a
construção de identidades societárias. Todo o grupo humano (seja uma tribo, ou
uma sociedade complexa) tem pontos intocáveis para sua reprodução cultural e
social.
Infelizmente, em São Gonçalo temos a desvalorização
da memória e da história do município. Os exemplos recentes revelam isto: a
derrubada da Casa de Umbanda; a retirada dos trilhos do Trem da Leopoldina e agora, a proposta indecente de “destombamento” do 3º Batalhão de Infantaria
HABITAÇÃO
POPULAR X TOMBAMENTO: A FALSA POLÊMICA
Audiência sobre o destombamento no auditório da OAB.
O
principal argumento para o destombamento do 3º BI é a necessidade de uma área
para habitação popular para os desabrigados das enchentes de abril em 2010.
Alguns chegam ao ponto leviano de
afirmar que São Gonçalo não tem áreas para construção de novos lugares. Tentam
assim para passar um “atestado de burro” na população.
Seguindo a mesma logica, argumentam que
estão dando dignidades as pessoas. Sejamos honestos, já se vão três anos e
Governo Estadual/Municipal pouco fizeram para resolver a vida das pessoas.
Um exemplo, é o aluguel social fixado
desde 2010 em R$ 400,00 que pouco supre as condições básicas das famílias. Os
gestores públicos argumentam que não tem dinheiro. Cabe lembrar que para Copa e
para os megaeventos não faltam recursos, veja o nosso Artigo sobre a Privatização do Maracanã.
Outro dado, é que diferente de Niterói,
as casas não serão doadas. Em São Gonçalo, o Governo apresenta as moradias
dentro do quartel como parte do Programa “Minha Casa, Minha vida” do Governo
Federal. Logo os moradores terão que pagar as moradias que serão construídas
dentro do quartel.
O correto seria a apresentação de um
plano de habitação para estas e outras famílias. São Gonçalo tem déficit
habitacional muito alto, e não serão as 1200 casas dentro do 3º BI que irão
resolver o problema.
A polêmica “fabricada” pelo Governo Estadual (Sérgio Cabral) com apoio da Prefeitura Municipal (Neilton Mulim) só
revela que ambos os governos não tem políticas sérias para habitação do
gonçalense. Estudos apontam que o déficit habitacional chega a casa de 5%, ou
seja 50.000 pessoas.
A LÓGICA DOS INTERESSES: O DESPREZO DE
CABRAL POR SÃO GONÇALO E A COVARDIA DO GOVERNO DE NEILTON MULIM
De longe sabemos que o governo de
Sérgio Cabral (PMDB) não cuida dos setores básicos da população: a
desvalorização dos servidores, os baixos salários dos profissionais de educação
e de saúde revelam isto.
Porém, a sua lógica politica de
segregação não para aí. Quando observamos São Gonçalo, a perversidade do
Governador é ainda pior. Vejamos alguns exemplos:
· A linha 3 do Metrô por ele prometida desde sua
primeira eleição em 2006, até hoje não tem sinais de que será construída;
· Outro exemplo é o terminal de
Barcas ligando a nossa cidade até o Rio de Janeiro que não saiu da promessa do
governador;
· Não precisamos escrever muito
para questionar a construção arbitrária do presídio no Jardim Catarina;
Isto é o Governo do senhor Sérgio Cabral e do PMDB!
Já o Governo de Neilton Mulim, mesmo no
inicio, já nos fornece sinais de falta de perspectiva coletiva e revela que vai
atuar junto a lógica da velha política. Este alerta já foi dado num texto de nossa
autoria DOIS MESES DO GOVERNO NEILTON MULIM: UMA REFLEXÃO
NECESSÁRIA!
Infelizmente, o governo do “velho”
Cabral e do “novato” Mulim estão juntos contra a população, defendendo o
destombamento. Revelando a ausência de planejamento estratégico para solução do problema de moradia no município.
O
QUE DEFENDEMOS PARA A ÁREA DO ANTIGO 3º BATALHÃO DE INFANTARIA
Nossa participação na audiência
Primeiramente defendemos o tombamento
total para área, para em seguida discutir coletivamente o seu uso.
As possibilidades são múltiplas: uma
escola técnica é uma possibilidade (o quartel do Barreto será cedido para o
Colégio Pedro II de Niterói); a construção de um Museu da Verdade (também uma
possibilidade e entraria no eixo das discussões e dos levantamentos feitos pela
Comissão da Verdade Nacional); um quartel do corpo de Bombeiros; entre outras
iniciativas.
Longe de encerrar o debate, nós do PSOL
São Gonçalo nos somamos as mobilizações e solicitamos a todos que assinem a
petição on-line contra o destombamento da área do 3º BI.
Veja a minha fala na audiência pública
sobre o assunto, acesse os link da TV Ponto de Vista e dos blog's Made In Gonça
e Território Gonçalense:
Nossa fala na audiência
Made in Gonça:
Território Gonçalense:
TV PONTO DE VISTA:
Unijor se manifesta em audiência pública
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Josemar Carvalho, 37 anos,
professor universitário e da rede pública de ensino. Presidente do Diretório
Municipal do PSOL de São Gonçalo- RJ.
por Prof. Josemar Carvalho
O 3º Batalhão de Infantaria era
conhecido como Regimento Ararigbóia foi transferido em 2007 para a cidade de
Barcelos no Estado do Amazonas. Como parte da politica das Forças Armadas
Brasileiras de transferência do seu contigente militar para as fronteiras e
para as florestas. O antigo quartel teve importância na 2ª Guerra Mundial.
Iniciaremos o texto, revelando a importância sócio-histórica de um tombamento, depois abordaremos a falsa polêmica sobre habitação popular X tombamento; na sequência analisaremos a falta de política pública do governo Cabral para São Gonçalo; e por último algumas ideias que defendemos para a área.
O TOMBAMENTO É UMA FORMA DE VALORIZAÇÃO
DE MEMÓRIA DE LUGAR!
Nos países que minimamente valorizam a cultura e a educação temos no tombamento uma forma de imortalizar uma forma
cultural, seja ela arquitetônica, seja ambiental, ou uma obra.
Tombar é fazer com que os monumentos e
patrimônios ganhem dimensão histórica. A valorização do lugar, é fundamental na
construção e na autoafirmação social. Por outro lado, a desterritorialização
retira dos fatos e dos objetos.
Não há desenvolvimento humano, sem a
construção de identidades societárias. Todo o grupo humano (seja uma tribo, ou
uma sociedade complexa) tem pontos intocáveis para sua reprodução cultural e
social.
Infelizmente, em São Gonçalo temos a desvalorização
da memória e da história do município. Os exemplos recentes revelam isto: a
derrubada da Casa de Umbanda; a retirada dos trilhos do Trem da Leopoldina e agora, a proposta indecente de “destombamento” do 3º Batalhão de Infantaria
HABITAÇÃO
POPULAR X TOMBAMENTO: A FALSA POLÊMICA
 |
| Audiência sobre o destombamento no auditório da OAB. |
O
principal argumento para o destombamento do 3º BI é a necessidade de uma área
para habitação popular para os desabrigados das enchentes de abril em 2010.
Alguns chegam ao ponto leviano de afirmar que São Gonçalo não tem áreas para construção de novos lugares. Tentam assim para passar um “atestado de burro” na população.
Seguindo a mesma logica, argumentam que
estão dando dignidades as pessoas. Sejamos honestos, já se vão três anos e
Governo Estadual/Municipal pouco fizeram para resolver a vida das pessoas.
Um exemplo, é o aluguel social fixado
desde 2010 em R$ 400,00 que pouco supre as condições básicas das famílias. Os
gestores públicos argumentam que não tem dinheiro. Cabe lembrar que para Copa e
para os megaeventos não faltam recursos, veja o nosso Artigo sobre a Privatização do Maracanã.
Outro dado, é que diferente de Niterói,
as casas não serão doadas. Em São Gonçalo, o Governo apresenta as moradias
dentro do quartel como parte do Programa “Minha Casa, Minha vida” do Governo
Federal. Logo os moradores terão que pagar as moradias que serão construídas
dentro do quartel.
O correto seria a apresentação de um
plano de habitação para estas e outras famílias. São Gonçalo tem déficit
habitacional muito alto, e não serão as 1200 casas dentro do 3º BI que irão
resolver o problema.
A polêmica “fabricada” pelo Governo Estadual (Sérgio Cabral) com apoio da Prefeitura Municipal (Neilton Mulim) só
revela que ambos os governos não tem políticas sérias para habitação do
gonçalense. Estudos apontam que o déficit habitacional chega a casa de 5%, ou
seja 50.000 pessoas.
A LÓGICA DOS INTERESSES: O DESPREZO DE
CABRAL POR SÃO GONÇALO E A COVARDIA DO GOVERNO DE NEILTON MULIM
De longe sabemos que o governo de
Sérgio Cabral (PMDB) não cuida dos setores básicos da população: a
desvalorização dos servidores, os baixos salários dos profissionais de educação
e de saúde revelam isto.
Porém, a sua lógica politica de
segregação não para aí. Quando observamos São Gonçalo, a perversidade do
Governador é ainda pior. Vejamos alguns exemplos:
· A linha 3 do Metrô por ele prometida desde sua
primeira eleição em 2006, até hoje não tem sinais de que será construída;
· Outro exemplo é o terminal de
Barcas ligando a nossa cidade até o Rio de Janeiro que não saiu da promessa do
governador;
· Não precisamos escrever muito
para questionar a construção arbitrária do presídio no Jardim Catarina;
Isto é o Governo do senhor Sérgio Cabral e do PMDB!
Já o Governo de Neilton Mulim, mesmo no
inicio, já nos fornece sinais de falta de perspectiva coletiva e revela que vai
atuar junto a lógica da velha política. Este alerta já foi dado num texto de nossa
autoria DOIS MESES DO GOVERNO NEILTON MULIM: UMA REFLEXÃO
NECESSÁRIA!
Infelizmente, o governo do “velho”
Cabral e do “novato” Mulim estão juntos contra a população, defendendo o
destombamento. Revelando a ausência de planejamento estratégico para solução do problema de moradia no município.
O
QUE DEFENDEMOS PARA A ÁREA DO ANTIGO 3º BATALHÃO DE INFANTARIA
 |
| Nossa participação na audiência |
Primeiramente defendemos o tombamento
total para área, para em seguida discutir coletivamente o seu uso.
As possibilidades são múltiplas: uma
escola técnica é uma possibilidade (o quartel do Barreto será cedido para o
Colégio Pedro II de Niterói); a construção de um Museu da Verdade (também uma
possibilidade e entraria no eixo das discussões e dos levantamentos feitos pela
Comissão da Verdade Nacional); um quartel do corpo de Bombeiros; entre outras
iniciativas.
Longe de encerrar o debate, nós do PSOL
São Gonçalo nos somamos as mobilizações e solicitamos a todos que assinem a
petição on-line contra o destombamento da área do 3º BI.
Veja a minha fala na audiência pública
sobre o assunto, acesse os link da TV Ponto de Vista e dos blog's Made In Gonça
e Território Gonçalense:
Nossa fala na audiência
Made in Gonça:
Território Gonçalense:
TV PONTO DE VISTA:
Unijor se manifesta em audiência pública
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Josemar Carvalho, 37 anos,
professor universitário e da rede pública de ensino. Presidente do Diretório
Municipal do PSOL de São Gonçalo- RJ.
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Josemar Carvalho, 37 anos,
professor universitário e da rede pública de ensino. Presidente do Diretório
Municipal do PSOL de São Gonçalo- RJ.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bem pontuado! Áreas na Av Maricá, Tribobó e Colubandê tem aos montes!!!
ResponderExcluirEsse é um ataque injustificável ao patrimônio histórico de nossa cidade. É inaceitável que o destombamento do 3°BI seja colocado como única solução para resolver o problema do déficit habitacional. Para além do discurso, essa é uma boa oportunidade para o prefeito demonstrar o seu "amor" por São Gonçalo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirJosemar, excelente texto. Depois quando puder, dê uma olhada no meu texto sobre o 3º BI. Abraços! http://tafulhar.blogspot.com.br/2013/04/3-batalhao-de-infantaria-o-infante.html
ResponderExcluirWilson Tafulhar,
ExcluirVou dar uma olhada!
Um forte abraço,
Prof. Josemar
Pres. Diretório Municipal do PSOL São Gonçalo