sexta-feira, 31 de julho de 2015

Não somos cinderelas: somos mulheres trabalhadoras! Queremos a linha 3 do Metrô já!

A população de São Gonçalo vem lutando para conquistar o metrô da Linha 3, um projeto que não sai do papel desde os anos 90. Ao contrário da discussão sobre o vagão rosa reservado para as mulheres nos metrôs e trens do Rio e de São Paulo, aqui o debate ainda está muito atrasado. O vagão rosa é um espaço destinado às mulheres, tanto no metrô quanto no trem, nos horários de pico de movimento: de 6 às 9 da manhã e de 5 às 8 da noite. O objetivo é coibir a ação de alguns homens que se aproveitam do vagão lotado para molestar as mulheres.

Já calculou quanto tempo você leva no transporte?

Tempo de transporte e tempo de vida

Nós, mulheres, que somos a maioria no mercado de trabalho, temos grandes dificuldades no acesso ao transporte de qualidade. As mulheres que anteriormente ficavam em casa hoje vivem condições precárias de vida devido a sua jornada tripla de trabalho. Somos nós que levamos nossos filhos para as escolas; somos nós que levamos nossos parentes para os postos de saúde e hospitais; somos nós que garantimos a sobrevivência no lar, quando somos chefes de família. Neste sentido, o tempo perdido no transporte nos sobrecarrega, pois quando chegamos a casa recaem sobre nós as responsabilidades domésticas, como limpeza da casa, fazer compras, cozinhar, costurar, passar roupa, o que demanda um tempo de vida que poderia ser mais bem aproveitado com outras atividades que proporcionam maior bem-estar, como lazer, cultura, leitura, viagens, curtir a família.

Quanto tempo nós perdemos na avenida Contorno, Ponte Rio-Niterói, BR-101 e Alameda São Boaventura para chegarmos a nossos lares?

Nós não somos cinderelas

Quantas vezes já ficamos esperando ônibus tarde da noite, sozinhas, voltando do trabalho ou indo trabalhar? 

Quantas vezes já deixamos de sair de casa à noite, devido à falta de transporte? Com o aumento da participação das mulheres nos espaços públicos, a necessidade de transporte frequente, de qualidade e seguro se tornou fundamental.

Mulheres que residem em periferias de São Gonçalo e bairros de difícil acesso sofrem muito mais a escassez de infraestrutura urbana, tais como água, saneamento básico, iluminação pública e transporte. Sabemos que essas mulheres trabalhadoras, em sua maioria, são negras, chefes de família e têm condições de vida bastante precárias. Correm mais riscos de chegar atrasada no trabalho, sofrer violência nas ruas, têm maior dificuldade de sair da rotina “casa-trabalho” para vivenciar outros espaços, portanto são mais vulneráveis na cidade. Essa opressão se agrava no caso das mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis com a questão do preconceito.

Diante desse contexto, devemos promover estratégias de luta coletiva organizadas pelas mulheres trabalhadoras para construir uma pauta de reivindicações em defesa de um projeto de cidade que lembre que nós existimos; que queremos passar menos tempo no transporte; que precisamos de um transporte de massa de qualidade; que não somos cinderelas, somos mulheres trabalhadoras e exigimos:

· Garantia de transporte público e gratuito. Estatização dos transportes já!

· Alternativas viáveis de transporte de massa, como o metrô da linha 3, expansão das barcas no período noturno, ampliação da oferta de ônibus para toda São Gonçalo.

Queremos transporte público 24 horas!


O transporte é público; meu corpo, não! Contra a violência às mulheres!


Coletivo de Mulheres do PSOL São Gonçalo




sexta-feira, 24 de julho de 2015

Porque é necessário abolir a bandeira confederada?

por Jorge Santana

A Guerra de Secessão (1961-1965) se encerrou há mais de 150 anos, porém a ferida ainda está exposta. Em meio à guerra, deputados e senadores aprovaram a 13ª emenda na Constituição dos EUA, que abolia a escravidão. A guerra teve início devido às divergências políticas entre os estados do Sul e do Norte, sendo a principal delas o fim da escravidão. A vitória dos estados do Norte não significou o fim do racismo e da segregação racial, culminando no nascimento do movimento racista chamado de Ku Klux Klan.

O movimento racista nascido ainda no século XIX teve como ápice a primeira metade do século XX, em que chegou a ter 5 milhões de membros. O movimento, além de defender o racismo como política oficial nos estados do Sul, também realizava ações diretas, como linchamentos e enforcamento de negros que não se submetiam às regras impostas pelos brancos. O massacre ocorrido no dia 17 de junho de 2015, na cidade de Charlerston, na Carolina do Sul, em que nove membros negros de uma igreja foram assassinados por um extremista da supremacia branca, levanta o debate de como oódio racial ainda persiste nos Estados Unidos. O autor da chacina na igreja em Charleston, tinha diversas fotos em que ostentava a bandeira confederada.

A bandeira dos estados confederados é a mesma que representou os sulistas na guerra de secessão; no período pós-guerra, tornou-se representativa dos movimentos de supremacia branca, como White Power e a Ku Klux Klan. Devido ao simbolismo que tal bandeira adquiriu, estados do Sul estão aderindo à iniciativa de retirar a bandeira confederada dos prédios e repartições públicas. Na África do Sul pós-apartheid, aboliu-se a antiga bandeira do estado racista e foi construída uma nova, coletivamente, representando o novo estado multirracial.

Não há dúvidas de que a bandeira confederada é, sim, um símbolo racista. A abolição dessa bandeira não será a solução para o ódio racial nos Estados Unidos, contudo será um passo importante para colocar nos museus aqueles símbolos que são representativos daquilo que existe de pior na história dos homens no continente americano.  A abolição desse símbolo racista não é o fim do racismo, e sim, parte do longo caminho para o sepultamento do ódio racial.

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Jorge Santana é professor de história e mestrando em ciências sociais. Secretário de relações institucionais do PSOL São Gonçalo.

sábado, 4 de julho de 2015

Oficina de Formação: O que é o socialismo?

A primeira de uma série de oficinas de formação do PSOL São Gonçalo foi realizada nesse sábado (04/07). Data simbólica para o imperialismo norte americano, nossa oficina fomentou  discussões direcionados pelo seu tema central "O que é o socialismo?". Coordenada pelo professor Bruno Oliveira, secretário de Formação política do PSOL São Gonçalo, esta oficina foi dividida em quatro subitens:  O socialismo antes de Marx; O socialismo e as ideias de Marx e Engels; O socialismo no século XX; e Quais os desafios da construção do socialismo na atualidade?.

Os militantes do PSOL e simpatizantes, puderam discutir sobre a conjuntura da crise do capitalismo e do governo do PT, articulando às reflexões com os conceitos do marxismo abordados pela oficina. Questões centrais da atualidade como ajuste fiscal, redução da maioridade penal, a luta pelas liberdades democráticas e a precarização do regime de trabalho, também foram abordadas.

Abaixo algumas fotos da atividade: